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3 de fev. de 2014

Universo




 Há um universo inteiro que se movimenta em mim, repleto de realidades paralelas e falsos paralelismos que se entrelaçam e se repelem, como em uma eterna dança de amor e destruição de um nada que existe com mais força do que qualquer outra coisa viva. Lugares obscuros e inconstantes onde apenas eu posso transitar.

Meu universo é uma estrada sem fim que percorro sem medo, mas um tanto assustada. Uma estrada sem limites, sem margens, sem indicação, sem direção. Um pairar no vácuo que ouso chamar de caminho. Um trajeto sem pegadas, talvez nunca percorrido. Tantos são esses não lugares que nem mesmo eu os conheço, e me perco. Um eterno levitar na inconsistência do nada.  

Há infinitas estrelas que queimam e cometas que rasgam o vácuo. Há planetas mortos que um dia transbordaram vida. E um buraco negro sempre atraindo constelações inteiras, sugando tudo para o caos de suas trevas, repletas de partículas negativas que se chocam e tudo destroem, em lampejos capazes de cegar a própria alma. Luzes submersas na mais profunda escuridão. Mas se meu universo é realmente infinito, por mais que seja consumido, sempre haverá fogo ardendo em algum lugar.

Sou agora uma atmosfera azul turquesa límpida e calma, sem oscilações, formada apenas por astros que brilham até o fim desse horizonte sem fim. Sou todo um céu cheio de vida, pairando sobre algum planeta distante, à espera do nascer do sol, do pôr do sol, do crepúsculo, experimentando todas as cores que essa mistura do cosmos pode me dar.

Sou um infinito que não cabe em mim. Sou uma luz que transcende o espaço e o tempo, e por isso mesmo, se perde em (de) mim mesma. Nesse universo onde ninguém mais pode transitar, não há salvação que extrapole a inconstância do caos interno que me acalma.

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