Sim, já chupei por gin, absinto, cachaça, vinho, conhaque.
Fui até um bar refinado na Zona Sul, pedi tudo que podia pedir, bebi tudo que podia beber.
Estávamos eu e Juçara Freitas, aquela do comercial de margarina. Final das contas: Não tínhamos um puto. Viramos putas. Ficamos aliciando uns camaradas de blusa gola polo. Conseguimos que eles pagassem todas as bebidas. Quem nunca? Pelo amor. Fingimos que íamos no banheiro, olhares de tesão falso. Falta de vergonha na cara, minha mãe não pode saber desse tipo de atitude. O álcool me domina. Sempre. É uma entidade que me comove. Fomos no banheiro, levantamos com as mãos entre as coxas. Caminhamos faceiras, fugimos pela culatra. Pela porta de emergência. Já conhecíamos o bar, e o staff desse bar refinado. Todos nos conhecem. Somos bem putinhas por sinal. Fomos embora, não chupamos nada. Só gelo grátis. Fumamos um cigarro na calçada. Apagamos com o salto. Eu e Juçara, aquela do comercial de margarina. Fomos embora sem sorrisos.
2 de fev. de 2015
10 de jan. de 2015
Vou de Táxi
Para os mais conservadores, a reprodução nos
dias de hoje de algumas programações exibidas na televisão brasileira na década
de 90 seria o auge da perversão e afronta à moral e bons costumes da família
cristã. Um dia desses, me deleitando com bizarrices disponíveis no YouTube, por
exemplo, fiquei estarrecida com vídeos que eram comuns na época (inclusive para
mim), mas que hoje causariam um verdadeiro auê, principalmente se exibidas
assim, bem à luz do dia, para vovozis e criancinhas assistirem.
Quem não lembra da Sara, uma morena gostosona
que ao som da música “Strip Tease”, da Companhia do Pagode, ficava praticamente
pelada, só com duas estrelinhas no bico do peito, para a alegria da rapaziada. Isso
em pleno horário nobre (ou em qualquer outro horário que fosse, não tinha tempo
ruim). Considerando a ainda parca existência da internet na época, esse era o
máximo que muitos rapazotes no auge de sua puberdade viam de uma mulher, já que
a pornografia não estava assim, tão à mão.
Tinha também a banheira do Gugu, em
que as mulheres ficavam com a rabeta para o alto e tinham suas peitolas
saltitantes comumente exibidas, permitindo que em pleno um domingo à tarde todo
mundo visse moçoilas de corpos protuberantes com tudão de fora. Isso quando não
aparecia uma tal de gata molhada, que consistia em uma xôveim trajando blusa branca, sem nem um sinal de fumaça
de sutiã, se deliciando embaixo de um chuveiro, assim, no meio do programa. Mas
esse Gugu era mesmo um brincalhão e todo mundo achava tudo aquilo muito legal.
Saudosismos à parte, ainda tem mais, meus
caros e minhas caras. Muito mais. Os exemplos que citei acima são apenas os
mais óbvios. E como não curto obviedades, não estou escrevendo nesse momento para
falar de rabetas e peitolas de fora. Esse post é para falar da danadona da
Angélica, a mais virada na pomba de todas, que com aquela carinha de
santa-virgem discursava as maiores perversões e todos ovacionavam, encantados
com a linha menina-angelical.
Pois deixem-me explicar melhor. Estava por esses
dias em um videokê e, no auge do teor alcóolico geral, uma alma etilicamente
emocionada teve a feliz ideia de cantar “Vou de Táxi”. Não sei se foi efeito da
Cátia, mas pela primeira vez em toda minha vida prestei atenção na total
depravação do que seria apenas uma inocente música, outrora reproduzida por
pobres crianças, velhinhas bondosas e gentchi de beim, que não se davam conta da
ode à putaria que é essa singela canção. Pois bem, para quem duvida do que eu
falo, vamos analisar a letra de “Vou de Táxi” cuidadosamente.
Pela janela do meu quarto
Ouço a buzina
Me chamando
Quem será que vem me acordar?
Ouço a buzina
Me chamando
Quem será que vem me acordar?
(A
danada tem tanto macho que nem sabe quem é o da vez)
Mas no banho
Foi só me tocar
(Siririquenta assumida e explanada, fazendo do ato da
dedilhada algo romântico e não uma ato puramente mecânico-sem-vergonha,
permitido às mulheres o direito à livre expressão da bronhada feminina)
De repente
Lembrei do teu olhar
No espelho
A cor do batom
Lembro o beijo
Que foi pra lá de bom...
Lembrei do teu olhar
No espelho
A cor do batom
Lembro o beijo
Que foi pra lá de bom...
(Se tem
batom no espelho dela, obviamente não é o da boca dela, foi alguém que deixou
lá. E se esse batom a faz lembrar de um beijo, provavelmente é porque o outro
personagem desse enlace é... uma mulher!!! Ou seja, além do tributo à siririquice,
Angélica lançou a pauta das moças que curtem mesmo é colocar a aranha para
brigar, sendo uma das precursoras da defesa à causa LGBTS na televisão aberta)
Vou de táxi, cê sabe
Tava morrendo de saudade
Mas nem lembro do teu nome
Tava morrendo de saudade
Mas nem lembro do teu nome
(A danada fez barba, cabelo, bigode e não lembra nem qual é o
nome do/da moço/moça)
Não tem pressa
Teu jeito de olhar pra mim
Me arrepia
Me leva, me faz viajar
Pelo céu..
Pelo sol...
Pelo ar...
(Percebam bem, caros leitores, que aqui ela acaba de
descrever um orgasmo, em uma música amplamente difundida nas casas da família
brasileira)
A escola pode esperar
(Mas como? Escola? Isso aponta para uma personagem ninfeta-mirim.
Veja bem que essa frase apresenta duas informações impactantes. A primeira: as
novinha qué dá. A segunda: Matar aula para putaria tá liberado. Aconselho as
pessoas de beim a não deixarem suas filhas adolescentes criadas para serem uma
mulher-para-casar ouvirem isso)
E para quem quiser conferir o clipe logo abaixo, nem vou falar sobre o tal do “Angelical touch”, que aparece logo no início do vídeo. Como diria a colega Cleycianne, chocada em Cristo.
6 de jan. de 2015
Pinga ni mim
Menstruação. Aquele pinga-pinga mensal que nós mulheres enfrentamos,
sob cólicas, enjoos, TPMs, dores na lombar, dores nas pernas, dores nos pés,
contrações fulminantes na pepeca e por aí vai. Isso só para listar alguns dos
possíveis sintomas decorrentes em uma rapariga cuja a cona está a espirrar
jatos de sangue. Sendo que, além dos
fatores internos decorrentes desse singelo período, também há os externos, tipo
a) a porra da menstruação te pegou de surpresa e você ficou suja no meio da
rua. b) andar com um absorvente higiênico, sentindo aquela coisa roçando e o
sangue jorrando de sua periquita, é uma sensação deveras incômoda. c) usar
absorvente interno, além de não ser a opção mais higiênica, pode ser bem chato,
principalmente se você ficar muito tempo sem trocar. d) dar adeus às belíssimas
saias, vestidos, calças e roupas brancas durante esse estado de liberação dos
dejetos internos ovulatórios, a não ser que você não seja do tipo encanada e
compre regularmente “OMO tira manchas” ou “Vanish poder O2”.
O engraçado é pensar que para a pimposas meninotas pré-adolescentes, a
menstruação é um dos momentos mais esperados de todo o ever. A magia acaba justamente quando ela bate à porta, ou nesse
caso, o orifício vaginal. Porque quando a dita cuja vem pela primeira vez, as
púberes recém adentradas na fase adulta já dão logo de cara com sua primeira
(entre muitas outras que virão pela frente) situação constrangedora. A mami, ou
a vovi, ou a tia, ou a irmã mais velha, ou alguma parenta sem noção, sai
espalhando para a família/vizinhança/cachorro/papagaio/periquito que a “fulaninha
ficou menstruada!”, fazendo escândalo nas casas, nos eventos onde estão
presentes conhecidos, desconhecidos, incluído aí aquele gatinho que você sempre
quis beijar, anunciando a boa nova em alto e bom som para que todos possam te
felicitar, abraçar e afins, enquanto a única coisa que você desejaria fazer seria
enfiar a cabeça debaixo da terra.
Mas eu também não preciso ser tão dramática. Na cultura muçulmana, por
exemplo, depois que a moçoila tem sua primeira menstruação, ela passa a ser
obrigada a usar pelo resto de sua vida um véu para tapar o rosto. Depois disso,
quem decide onde e quando alguém vai poder ver esse rostinho de novo e em quais
condições é o papaco da donzela e, posteriormente, seu dulcíssimo marido.
Etnocentrismo à parte, eu não deveria ficar tão mal humorada só por ser
obrigada a usar o famoso “modess” uma vez por mês, durante aproximadamente
cinco dias, desde os nove anos de idade. E sim, a dita cuja fez o favor de me
visitar e por aqui ficar quando eu literalmente ainda curtia brincar de bonecas
e nem pensava na hipótese de fazer boneco algum.
Tcheca tcheca na pepeca
Mas a merda toda, pelo menos para mim, não é ter que sentir fagulhas no
meu útero uma vez por mês, como seu eu estivesse levando alfinetadas manejadas
diretamente pelo próprio capiroto, tamanha a dor que sinto. Não, isso não é
problema, com esse sofrimento eu já me habituei. A merda toda é quando, durante
esse período de jorrância vaginal total, me bate uma puta vontade de dar.
Teve uma vez, por exemplo, que combinei de encontrar com um boy depois
de um jazz que ia rolar na Rua da Lapa. Eu ficaria por lá com meus amigos,
beberia uma cátia e, quando ele chegasse, eu já estaria na efervescência da
felicidade. Lembro que a dita cuja sanguínea estava atrasada e confesso que eu
fiquei levemente temerosa com a possibilidade de que um pimpolho poderia estar
a caminho. Não do boy que eu veria nessa noite, posto que eu nunca tinha ficado
com ele. Mas de um outro cacho que eu tinha por aí.
Por fim, positiva como sempre sou, joguei para o universo que não
viria boneco algum e resolvi bater um papo com meu útero: “Escuta aqui, seu
filho da puta. Eu sei muito bem que não tem porra nenhuma aí dentro. Logo, não
ouse mandar dejetos de ovulação para mim justo hoje, porque nessa noite eu
quero dar”. E não deu outra. Horas depois, a pourra da menstruação (que não era
porra, mas sim sangue) estava descendo e destruindo meu sonho de pirocada bem
dada em uma quarta-feira pueril. Tudo nessa vida é psicológico, e vou te dizer,
meu psicológico vive me fudendo. Esse foi um caso clássico.
Fiquei puta, liguei para uma migs dizendo que não ia mais para jazz
algum, ao que ela me convenceu dizendo “relaxa, vem pra cá, a gente fuma um,
bebe um vinho e depois você decide o que faz”. Só que eu não fumei um, nem tomei
um vinho. Fumei alguns, bebi vinho, cerveja, cachaça e, quando o boy chegou, eu
já estava no auge da euforia alcóolica, cagando infinitamente para minha
condição menstrual.
Mas antes de dar prosseguimento a esse relato sexual, quero deixar uma
coisa bem clara. Não que eu me importe em dar menstruada. Se o cara que vai
comer não liga, quem sou eu para negar? A questão é que a lambança é no mínimo
incômoda, apesar de, na hora do fuck fuck, ninguém se ligar muito nisso. Eu só
acho que a pessoa tem no mínimo que ser avisada antes. Afinal, descontruindo o
pensamento machista de que homem que é homem mete a piroca de qualquer jeito e
não tem nojinho de mulher menstruada, eu realmente penso que nenhum homem é
obrigado a curtir a lambuzada de sua piroca em sangue alheio. Sem contar que
comigo não rola aquele papinho de “se o campo tá molhado a gente joga atrás do
gol”. Adoraria curtir um cu bem dado. Mas cu, pelo menos o meu, dói.
Voltando ao caso do boy. Saímos do jazz e fomos a sós papear em um
boteco de esquina, para propiciar todo um clima de fudelância plena. Posto que
quando ele perguntou “vamos tomar a próxima cerveja no meu apê”, imediatamente
aceitei, não sem ter ido ao banheiro antes verificar a situação da minha
pepeca. Vi que o sangue a jorrar era pouco, joguei o O.B. fora e fui para o
apartamento que ficava logo ao lado do boteco, fazendo a egípcia. Ao adentrar o
recinto, dei de tudo que é jeito (menos o cu, como já foi dito mais acima). Foi
uma fudelância muito doida, ainda mais levando em conta que o cara me surpreendeu
com o tamanho de seu bilau, que em comparação à baixa estatura do mancebo, era
um belo de um GG.
Eis que, no dia seguinte, antes de dar aquela
tradicional transada da manhã, fui ao banheiro e vi que a quantidade de sangue
a escorrer já não era a mesma da da noite anterior. Dessa vez eu não ia ter
como negar, eu tinha que avisar ao boy que estava menstruada. Com cara de
chocada, entrei no quarto falando “estou sangrando!”. E ele, coitado, achou que
o sangue era resultado das estocadas ferventes e frenéticas que eu tinha recebido
dele na noite anterior! Ahahahahahahahah! Tadinho. Tudo bem que ele era
pirocudo, mas também não era para tanto. Mas, como um bom ser humano que sou,
para satisfazer o ego de macho-homem-alfa dele, não só permiti que o boy realmente
pensasse isso como ainda fiz cara de preocupada do tipo “nossa, será que vou
precisar ir ao médico?”. Claro que essa dúvida de possível perfuração uterina
não impediu o filho da puta de me comer de novo cinco minutos depois. Vou te
falar, tem mesmo muito FDP por aí (com todo respeito as putas, mulheres de fibra
e trabalhadoras, é claro).
Mas pelo menos, no balanço final, até que me saí bem. Dei, gozei, fui
feliz e voltei para casa. Saudável, menstruada e sem nenhum risco de procedimento-cauterização-pós-coito.
Tenho uma amiga, por exemplo, que inventou de dar menstruada para um babaca de um
conhecido meu, o que resultou em móveis e lençóis em estado digno de um filme
de Tarantino. Carinhosamente, esse rapaz a alcunhou de “Pomarola”, apelido que
foi difundido em alta escala para conhecidos e desconhecidos do bairro. Mas veja
bem, nesse caso, o problema não foi ela ter dado menstruada. O problema foi ela
ter dado para um bundão. Mas isso já é tópico para outro post.
A questão é: sexo menstruada? Faço. Mas tenho uma puta preguiça.
Quando dá para adiar, dou uma desculpa, enrolo o cara mais uns dois dias e
depois é só correr para o abraço. Mas quando a pepeca fica em chamas e o tesão
não dá para segurar, ah, meus queridos, não tem sangue que segure. Se o boy
topar, tá tudo certo. E para as moçoilas politicamente corretas revoltadas com
o teor pejorativo que dei à menstruação nesse post: a menstruação é uma dádiva
divina, ok? Mas dizer que menstruar é a melhor sensação do mundo, aí também já
é demais.
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