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18 de nov. de 2011

O segredo do ponto do conto



Um ponto é um ponto.
Muitos pontos camuflam contos, alguns escondidos em corações desapercebidos.
Às vezes, quando se dão conta dos pontos, pontuam: surgem entre vírgulas, exclamações e interrogações, lágrimas e sorrisos.

Ninguém disse que na vida pode haver apenas um ponto.
Apenas um ponto final.
Sempre haverá um canto em um papel para serem rabiscados contos que iniciam ou contos que podem continuar sendo contados, ou apenas registrados, relembrados.

Então conto que meu conto não tem ponto.
Tem muitos pontos. Mas não o ponto.
Que está escondido em um canto.
No cantinho da bic que sempre estoura antes de falhar.

Quantos pontos pode ter um conto?
Joga tudo num canto atravessado por inúmeras pontuações.
Quero todas embaralhadas e perdidas, fugidas da norma culta, das cabeças que pensam mais no infinito das almas do que nas restrições de regras gramaticais.


Quero dizer que no meu conto saí rabiscando muitos pontos desconexos, sem pensar no enredo, do meio, muito menos no final.

Voa-se livre nas brechas desses cantos, de contos mal resolvidos, das verdades negligenciadas e mentiras inventadas – nas linhas com ponto ou sem ponto.

Quero um canto para escrever um conto e chamar de meu.
Quero muitos contos.
Todos meus.
Mas sem pontos – todos.
Todos sem a restrição de um ponto final.

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