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8 de dez. de 2011

Labirinto




Meu coração é um labirinto. Onde todas as vezes em que acredito ter me achado, eu me perco de novo. Me coração é um imenso labirinto que talvez tenha muitas saídas. Mas não sei onde nenhuma delas está. Não faço ideia de onde possam dar.

Pequenas memórias perdidas
Um dia me embriaguei, me droguei demais, achando que assim me sentiria livre. E acordei na cama de uma pessoa que eu sequer conhecia 24 horas antes. Como sempre acontece em meus sonhos indesejados, fechei os olhos com muita força implorando para que quando eu os abrisse, visse meu quarto à minha volta. Deitada na cama em que sempre reclamei dormir todos os dias.

Mas diferente do que acontece em meus sonhos, meu desejo, por mais intenso que fosse, não foi atendido. E acordei ali, em um lugar que eu não conhecia. Transformei meu labirinto em uma prisão que me persegue onde quer que eu vá. E minha casa, meu quarto, que tanto reclamo por me aprisionarem, talvez sejam meu único refúgio.

Mas não posso suportar a ideia de ser tão dependente das mesmas pessoas, de um mesmo e único lugar. Talvez minha vida seja um eterno procurar saídas que nunca chegaram a existir. Talvez me sinta tão segura a ponto de ficar completamente perdida. Talvez eu precise quebrar alguns muros para fugir de mim.

Cegueira
Meu coração é um imenso labirinto, tão grande, que muitas vezes me canso. E sonho poder me abandonar apenas alguns minutos, só para respirar um pouco o ar fora dali. Mas não há abandono e me encolho nos cantos. Busco abrigo nos cantos de mim.

Talvez exista outro lugar sem tantas paredes que tapem minha visão. E eu poderia admirar o horizonte, sem nenhum muro de concreto à minha frente. Queria poder enxergar o céu, o mar, as flores, de forma que meus olhos limitados não veem. Limitados ao labirinto em que sempre me perco.

Meu coração é um imenso labirinto que não me deixo enxergar a vida. Meu coração dói: tantas e tantas vezes, e eu sequer sei porque. Talvez meu labirinto não caiba em mim...

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