Assim como a canção entoada pelo Forroçacana, Matilde é uma menina que não liga para nada. Mas nem sempre foi assim. Nos idos do início do século 21, ela era uma menina cheia de ternura, sonhava em casar e constituir uma linda família feliz. De família nobre, ela vivia sempre arrumada e perfumada na esperança de encontrar na esquina seguinte o seu príncipe encantado.
Suspirando ao nascer da lua, pensava que seu amado iria chegar como nos contos de fada, que, assim como ela, estaria belo e sempre disposto. Ao conhecer alguém, pensava "é esse" até que logo depois ele virava sapo. Mais uma desilusão prosseguia e o sonho era adiado.
Os anos passaram e Matilde começou a desconfiar que princípes encantados não existiam, que era história da Dona Carochinha. Suas belas vestes de menina mimada deram lugar roupas mais leves. Seus saltos viraram sandalinhas e ela caiu na noite, já que estava tudo perdido a ideia passou a ser se perder de vez!
De menina romântica passou a matadora. Matadora de corações apaixonados. Não queria mais se apegar a ninguém. Sem saber se era trauma ou não, arrumava defeito onde não tinha - ou poderia ter?
Disso, ela até hoje não sabe. E nem quer mais saber. O que Matilde quer é cair na noite e apenas se divertir arrastando o pé pelos mais belos e encantadores guetos do forró e ficar somente uma vez... "para não alimentar saudade, que a felicidade com ela não há".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Áhh, que fofo você comentar!!!