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14 de jul. de 2011

Cotoca


Veio de soslaio. Era sol, massa, fumaça. Intensa metade minha, só que inteira. Veio pronta já. Mas ainda assim, tinha algo que precisava de encaixe, tinha nela espaço ainda para tudo: a porra, o mundo, mularou, pentelho ingrato e um gosto de azedume vindo lá de baixo. Era um tapa: de luva, pelada, nas nádegas, sedenta pelo gozo jorrado na cara. Era ela.

Muita cor ou quase nada. Sabia ser sombra e ser sol, apesar de tudo. Há pesar em tudo? Ela respondia com uma palavra besta, proferida pela boca seca e de lábios rosa. Destestava aquele batom, mas ela insistia. Balbuciava qualquer coisa e saía. Não adiantava mesmo dizer nada, ela seguiria sem mim. Ficava sempre aqui pasmada, vaca amarela, parda, molhada. Que cagada! Dar de cara com ela, assim, num bom dia.

Poderia ser o reverso, mas era um verso, poema, palavra. Alterego fora de mim... Marcha mais lenta, voz mais baixa, corpo mais fino, mas ainda sim, eu me vejo ali, num rascunho qualquer, numa frase não terminada, no canto do olho vermelho, no peito do pé, no dedo do meio... Ela era enfim um modo não mais fácil, mas tácito; menos lúcido, mais lúdico, para quem quiser saber de mim.

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