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21 de set. de 2010

Coisas que aprendi no Fantástico

Sou um ser neandertal, certas normalidades da sociedade de consumo contemporânea não me entram na caixola. Por maior que seja meu esforço, minha humilde cabecinha se mantém reticente às novidades que considero levemente descabidas. Citarei como exemplo duas graciosas matérias que assisti no programa global Fantástico, nesse último domingo, que tem por editor chefe aquele distinto senhor, o Dario Menezes - pelo menos é o que diz o Google, confesso não ser detentora dessa informação.

A bombação do momento
Pois muito bem, novidades para vocês, animosas púberes que por aqui me lêem. Em um futuro não muito longínquo, todos os seus problemas estarão resolvidos. Isso mesmo. O seu guarda-roupa vai ter um programa que vai te dizer se sua roupitia combina ou não. E caso a pomposa vestimenta não esteja de acordo com os questionáveis padrões da moda atual, pimba. A maquininha vai te chamar de brega, assim, na sua lata, sem dó nem piedade.

A tecnologia vai te ensinar a ficar igualzinha a todo mundo, te transformar em mais uma coisinha sem personalidade própria ou distinção em meio a multidão. Você não vai mais precisar se preocupar com alguém te chamando de cafona ou ficar receosa se sua roupa está muito diferente da sensação do momento. Olha só que coisa mais legal.

A matéria seguinte foi ainda melhor. Uma adorável moçoila, que pela idade deve ter acabado de descobrir a sublime sensação da vagina esguichando litros e mais litros de sangue durante alguns dias no mês, aparece entrevistando jovenzinhas de sua mesma faixa etária. E qual foi a frase mais repetida durante toda aquela adorável matéria de cunho jornalístico? “Eu tenho que estar sempre linda e perfeita!”.

Em vez de propor uma discussão sobre o fato de meninas cada vez mais jovens emplastarem a cara de maquiagem, parecendo umas Barbies ambulantes cheirando a xixi, o programa ensinou como cuidar da pele e usar maquiagem específica (provavelmente bem cara), coisas imprescindíveis às necessidades juvenis.

Muito sem vergonha que sou, confesso ter uma necessidade patológica de estar constantemente bonita – bem, pelo menos eu tento, gastando boa parte do meu salário com futilidades como clínicas de estética, salão de beleza e por aí vai. É isso mesmo, apesar de conhecer toda aquela história sobre o padrão de beleza inatingível exposto pelos grandes meios, sim, sou escrava da aparência. Mas sou uma burra velha de 25 anos, não uma ninfetinha de 13, que só sai de casa com dois quilos de pó compacto no rosto. Não que isso justifique, mas foda-se, falo mal assim mesmo.

No fundo – ou bem no exterior mesmo -, talvez eu seja realmente arcaica, esteja totalmente por fora do cool do momento e não perceba que a cada dia as coisas mudam mais, em um ritmo mais frenético. Então, só pra saber se eu não fiquei louca de verdade... alguém concorda comigo, ou todo mundo acha isso tudo muito normal?

3 comentários:

  1. Esses programas da Globo, juntamente com as revistas da Editora Abril estão a serviço do capitalismo avançado.
    Criando e referendando modas de ocasião, fazem que a roda do consumo se eternize.
    Enquanto "eles" tentam fazer a cabeça das menininhas para ser desejável, usar a roupa da moda, a maquiagem da Clarins ou da Ana Pegova, tentam, por outro lado, incutir nos menininhos a mentalidade do macho durão admirador de carros importados, velocidade máxima e zero de sensibilidade.
    Mais leitura de Zigmund Baumman e menos Rede Globo...

    Beijão.

    Ricardo Mainieri

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  2. Eu não acho normal não...

    Mas por um outro lado, olhando pelo negócio, espero que essas tendências continuem pois vai me fazer vender muito...Enfim, as mulheres são sempre o meu foco.

    Beijos
    Gold Label

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Áhh, que fofo você comentar!!!