Podem dizer que meu discurso é idealista, anticapitalista, de esquerda, revolucionário, o caralho à quatro. Foda-se. A verdade é que a cada dia que passa, eu fico muito, mas muito emputecida com esses veículos de grande circulação, que juram com seus pés juntinhos que não apóiam nenhum candidato nas eleições. Artimanhas utilizadas por grandes empresas – porque é exatamente isso que os meios de comunicação são -, que não querem perder público e alegam suposta isenção.
Mas apesar dessa minha crítica inflamada, sou assinante de O Globo, sim. Todos os finais de semana, deito eu, em meu humilde sofá, e leio as saudosas notícias. E ao acabar de contemplar o caderno sobre as eleições, não consigo ter outra sensação senão a de revolta. O jornal é simplesmente o mais escrachado exemplo de campanha eleitoral; favorece o Serra e esculhamba a Dilma. Pelo menos para mim, que tenho um mínimo de senso crítico.
E não pensem vocês, queridos leitores, que sou petista de carteirinha. Não senhor, muito pelo contrário. Votei na Marina no primeiro turno, e nesse segundo, vou me dar ao trabalho de ir às urnas eletrônicas para digitar um belo voto nulo. Meu post não tem como intuito o foco em nossos presidenciáveis, mas nessa indústria cultural, que não se dá sequer ao trabalho de refletir sobre sua função social e admitir posicionamento.
Será que jornalistas e editores que se prestam a esse papel se incomodam com a agradável situação, ou o dinheiro no bolso no final do mês já é o suficiente para que mandem a ética para a casa do cacete e continuem suas atividades laborais? E não venham me dizer que “o que eu estou dizendo não existe”, por favor. Não querendo cair no mero clichê, mas como bem diz o ditado, o jargão, ou sei lá o que é isso, o pior cego é aquele que não quer ver.
Análise do Discurso
Essa postura dos grandes meios não é novidade. Mas, como o momento é o agora, vou fazer uma pequena análise do discurso do O Globo de ontem, dia 9 de outubro de 2010. E quando digo pequena análise, digo uma análise bem pobre mesmo, não sou nenhuma grande adepta às práticas em campos linguísticos, muito menos valoroza conhecedora dos estudos iniciados por Foucault – que já haviam sido flertados por Nietzsche um pouco antes. Enfim, vamos lá.
Na página 3, temos uma retranca todinha voltada para uma leve xoxada na campanha de Dilma. Falam mal dessa senhora no Box inteiro, e apenas no último parágrafo, temos uma declaração favorável, ou pelo menos não tão negativa, em relação a candidata. Adorável exemplo do uso de fontes de todos os lados da história.
Na página 16 do jornal, temos uma matéria que “sugere” o cansaço da ex-ministra da Casa Civil nas campanhas eleitorais. Tipo, se a pobre coitada já está cansada na campanha, quem dirá o que vai acontecer caso seja eleita. Por pura coincidência, a foto que estampa tal matéria é uma em que todos estão muito felizes e contentes, enquanto a Dilma apresenta uma pomposa cara de bunda. Eu duvido, mas eu DUVIDO, que O Globo colocaria o Zé Serrinha com tamanha caroça em seu impresso.
Nas outras matérias, o tom se mantém o mesmo. Quando se fala da Dilma, é apenas para citar um dos milhões de escândalos que envolvem o PT – e as mudanças sofridas em um partido político que se vendeu totalmente para fazer parte do poder mereceria outro post, mas enfim, não vou me alongar por aqui. Afinal, sabemos que nessa democracia de merda, em que o povo é ignorante e vendido, ou você se corrompe, ou você fica a ver navios. Infelizmente, assim funciona nosso sistema político, a realidade é essa.
Mas voltando ao tópico anterior. Enquanto a Dilma é esculhambada, as matérias sobre o Serra apenas enaltecem sua popularidade perante os instruídos eleitores. Muito, muito, muito bom mesmo. E não é apenas uma mera coincidência. O mesmo acontece em TODAS as edições desse quiçá populesco jornal. E você acha que a maior parte dos letrados senhoritos e senhoritas que lêem o periódico, ou qualquer outro que seja, se dão conta disso? Du-vi-de-o-dó, coleguinhas.
Se bobear, muitas das pessoas que estão lendo o que acabei de escrever vão tirar a seguinte conclusão: “essa aí é uma daquelas malucas metidas a revolucionária, que enxerga mensagens subliminares em tudo que é lugar”. Pois é, então tá, sou maluca mesmo, doida de pedra. Para ser bem sincera, cheguei a tomar rivotril durante uns quatro meses, e só parei porque comecei a ter uns "pequenos chiliquezinhos" em locais públicos, devido a saudável mistura do medicamento com bebidas de elevado teor alcoólico. Mas isso também é assunto para um outro post.
Enfim. Vou parar por aqui, já escrevi para cacete e sei que as pessoas no ciberespaço têm, em geral, preguiça de ler. Apenas gostaria de finalizar com um sincero “Parabéns, Carta Capital”. E não estou babando ovo não, nem costumo comprar essa revista. Mas acho de uma finesse única um veículo que assume mesmo a porra da posição, e dá a cara a tapa. O divertido é lembrar de uma vez, em que entrevistei o editor da Veja no Rio para um trabalho acadêmico, e ele teve a audácia de me dizer que “A Carta Capital é um claro exemplo de veículo manipulador”. Sensacional.
Mas apesar dessa minha crítica inflamada, sou assinante de O Globo, sim. Todos os finais de semana, deito eu, em meu humilde sofá, e leio as saudosas notícias. E ao acabar de contemplar o caderno sobre as eleições, não consigo ter outra sensação senão a de revolta. O jornal é simplesmente o mais escrachado exemplo de campanha eleitoral; favorece o Serra e esculhamba a Dilma. Pelo menos para mim, que tenho um mínimo de senso crítico.
E não pensem vocês, queridos leitores, que sou petista de carteirinha. Não senhor, muito pelo contrário. Votei na Marina no primeiro turno, e nesse segundo, vou me dar ao trabalho de ir às urnas eletrônicas para digitar um belo voto nulo. Meu post não tem como intuito o foco em nossos presidenciáveis, mas nessa indústria cultural, que não se dá sequer ao trabalho de refletir sobre sua função social e admitir posicionamento.
Será que jornalistas e editores que se prestam a esse papel se incomodam com a agradável situação, ou o dinheiro no bolso no final do mês já é o suficiente para que mandem a ética para a casa do cacete e continuem suas atividades laborais? E não venham me dizer que “o que eu estou dizendo não existe”, por favor. Não querendo cair no mero clichê, mas como bem diz o ditado, o jargão, ou sei lá o que é isso, o pior cego é aquele que não quer ver.
Análise do Discurso
Essa postura dos grandes meios não é novidade. Mas, como o momento é o agora, vou fazer uma pequena análise do discurso do O Globo de ontem, dia 9 de outubro de 2010. E quando digo pequena análise, digo uma análise bem pobre mesmo, não sou nenhuma grande adepta às práticas em campos linguísticos, muito menos valoroza conhecedora dos estudos iniciados por Foucault – que já haviam sido flertados por Nietzsche um pouco antes. Enfim, vamos lá.
Na página 3, temos uma retranca todinha voltada para uma leve xoxada na campanha de Dilma. Falam mal dessa senhora no Box inteiro, e apenas no último parágrafo, temos uma declaração favorável, ou pelo menos não tão negativa, em relação a candidata. Adorável exemplo do uso de fontes de todos os lados da história.
Na página 16 do jornal, temos uma matéria que “sugere” o cansaço da ex-ministra da Casa Civil nas campanhas eleitorais. Tipo, se a pobre coitada já está cansada na campanha, quem dirá o que vai acontecer caso seja eleita. Por pura coincidência, a foto que estampa tal matéria é uma em que todos estão muito felizes e contentes, enquanto a Dilma apresenta uma pomposa cara de bunda. Eu duvido, mas eu DUVIDO, que O Globo colocaria o Zé Serrinha com tamanha caroça em seu impresso.
Nas outras matérias, o tom se mantém o mesmo. Quando se fala da Dilma, é apenas para citar um dos milhões de escândalos que envolvem o PT – e as mudanças sofridas em um partido político que se vendeu totalmente para fazer parte do poder mereceria outro post, mas enfim, não vou me alongar por aqui. Afinal, sabemos que nessa democracia de merda, em que o povo é ignorante e vendido, ou você se corrompe, ou você fica a ver navios. Infelizmente, assim funciona nosso sistema político, a realidade é essa.
Mas voltando ao tópico anterior. Enquanto a Dilma é esculhambada, as matérias sobre o Serra apenas enaltecem sua popularidade perante os instruídos eleitores. Muito, muito, muito bom mesmo. E não é apenas uma mera coincidência. O mesmo acontece em TODAS as edições desse quiçá populesco jornal. E você acha que a maior parte dos letrados senhoritos e senhoritas que lêem o periódico, ou qualquer outro que seja, se dão conta disso? Du-vi-de-o-dó, coleguinhas.
Se bobear, muitas das pessoas que estão lendo o que acabei de escrever vão tirar a seguinte conclusão: “essa aí é uma daquelas malucas metidas a revolucionária, que enxerga mensagens subliminares em tudo que é lugar”. Pois é, então tá, sou maluca mesmo, doida de pedra. Para ser bem sincera, cheguei a tomar rivotril durante uns quatro meses, e só parei porque comecei a ter uns "pequenos chiliquezinhos" em locais públicos, devido a saudável mistura do medicamento com bebidas de elevado teor alcoólico. Mas isso também é assunto para um outro post.
Enfim. Vou parar por aqui, já escrevi para cacete e sei que as pessoas no ciberespaço têm, em geral, preguiça de ler. Apenas gostaria de finalizar com um sincero “Parabéns, Carta Capital”. E não estou babando ovo não, nem costumo comprar essa revista. Mas acho de uma finesse única um veículo que assume mesmo a porra da posição, e dá a cara a tapa. O divertido é lembrar de uma vez, em que entrevistei o editor da Veja no Rio para um trabalho acadêmico, e ele teve a audácia de me dizer que “A Carta Capital é um claro exemplo de veículo manipulador”. Sensacional.
De um lado, os Civitas, Marinhos, Frias e seus anunciantes.
ResponderExcluirDo outro, a Carta Capital e o valoroso Mino Carta e os blogs alternativos.
Luta desigual, mas necessária.
Este trabalho diário de trazer a verdade, da tarefa tipo formiguinha de formação crítica, me lembra jornais de meus tempos de estudante de Comunicação: A Hora do Povo, Opinião, Coojornal, Pasquim, Movimento e tantos outros que morreram por munição ou inanição financeira...
Todo o poder à informação. Seja um analfabeto político, na versão de Brecht, se quiser.
Ouse, busque a notícia escondida no rodapé, a publicação no final da lista do Google, mas se informe.
Talvez, assim, este país saiba escolher melhor...
Beijão.
Ricardo Mainieri
MULHERES FIQUEM ALERTA CONTRA HOMENS CHUPINS QUE FINGEM SEREM BEM SUCEDIDOS PARA FODER VOCÊ!!!
ResponderExcluirVEJA ESTE BLOG MULHERES FORTES LONGE DE HOMENS CHUPINS!!!!
http://pravocemulheratual.blogspot.com/
Não sei como encontrei o blog, achei o nome curioso e entrei. Adorei este post, concordo plenamente. Compartilhei o link no meu Facebook.
ResponderExcluirAh, já sei onde achei o endereço do blog... heheheh... Você é a Carol da CAL, né?
ResponderExcluirNão, meu caro! sinto informar, mas ñ sou a Carol :P Mas ñ deixe de nos visitar ;)
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