No início de todas as coisas terrenas, os anjos invejosos, seguidores de Lúcifer, foram banidos dos céus por cobiçar a existência carnal humana e os feitos de Deus. Da leva amaldiçoada que povoou a terra por centenas de anos, declinou o anjo protagonista desta história. No instante em que ele tocou o solo argiloso, trocou de cátedra e passou a ser acatado como demônio enganador. Este, logo assumiu forma de uma menina, linda, branca, suburbana, nascida de parto normal, com mãe humana, mortal e pecadora.
O anjo maldito, abolido dos céus, recebeu o nome Lívia, do latim, que significa pálida. Durante sua gestação nem a própria progenitora foi capaz de amá-la, e ao primeiro respiro maldito de vida, foi entregue ao afeto do homem pai. Que recebeu dos braços da mãe o corpo rechonchudo do bebê, consagrado ocultamente pelas forças do inferno, como mal encarnado em pele e osso.
Os anos se passaram, e o demônio escondido no subúrbio, aperfeiçoou-se na cia dos humanos a arte de interpretar, fingir, persuadir, enganar. O anjo destruidor era movido apenas à ira, inveja e cobiça. Sentimentos esses, impregnados e costurados em seu coração de carne que pulsava cheio de astúcia e malícia.
Lívia abraçava a vida todos os dias, cumprindo a maldição de sua prole bestial, não tinha escolha, não conhecia outro caminho. Volta e meia encontrava outros anjos demoníacos diminuídos dos céus, para brindar e beber imundices, celebrando a possibilidade de estarem entre nós, reles mortais, vítimas de suas existências vazias.
Imunda por natureza e espontaneidade, o que mais assombrava era sua eloquência, fato que aprendera muito com os livros do pai homem mortal. Era realmente admirável a forma como as palavras discorriam pela boca, convencendo os humanos ofuscados, ludibriados. Seu rosto angelical escondia a verdadeira carranca animalesca que o próprio Lúcifer, líder e amigo íntimo, conhecia bem e muito estimava.
Até pouco tempo a identidade maligna de Lívia que esteve oculta, veio à tona num encontro casual, execrado e necessário. A destreza e maestria de sua hipocrisia ignóbil embaçaram até mesmo os meus olhos, sempre atentos. Sua beleza e candura, somada à voz imponente, ajudaram-na, fortalecendo sua aparência falsa. Cheguei a crer em afeição e amizade, anseios que o mal jamais seria capaz de experimentar.
Assim como todos que cruzaram o caminho da enfermidade Lívia, tive meu pote de fel, dias de choro e dor, foi difícil deglutir as investidas satânicas. Coisas da vida. Apesar de consternação e pranto, sobrevivi. No entanto, muitos ainda jazem na escuridão das trevas do anjo mau, que permanece sedento, enganando e improvisando desgraças, devorando e destruindo tudo que toca, quando sente que é chega a hora, ela ataca.
Até hoje a verdade esteve camuflada, mas a internet liberta.
ATENÇÃO: Qualquer semelhança ou identificação com o texto é mera coincidência.
ATENÇÃO: Qualquer semelhança ou identificação com o texto é mera coincidência.
que mujer mas horrible!
ResponderExcluirJavier Barden
pois é, né?
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