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17 de nov. de 2010

Atriz


Por alguns segundos ficou estática, enquanto a multidão observava. Mas saiu do torpor e explodiu como um grito a cada frase encenada, cada sentimento fingido. Sabia que não havia um único olhar naquela sala que não fosse para ela, e ficava assim, envolvida por uma sensação como estivesse drogada. Se afogava em um prazer não comedido.

Uma santa, uma prostituta, uma louca. Reinava naquela peça, enfeitiçava uma plateia que aplaudia e vaiava. Egoísta, orgulhosa ou ingênua, quem sabe, não dividia a luz dos holofotes, que de tão fortes, sequer permitiam enxergar quem a admirava. Ela não tinha ideia, não importava se faria diferença ter.

Pouco sabia além de que o público às vezes a odiava, às vezes a amava, mas sempre ficava extasiado com sua intensidade ao se expressar. Mas do que adiantava toda aquela paixão falsa, exagerada, se ela estava sozinha, perdida em um palco de tamanho desproporcional aos seus sonhos roubados, esperanças esquecidas, verdades fingidas, realidades destorcidas?

Ela e as palavras que tanto interpretou, insistiu, berrou.

Mas ninguém percebeu, ninguém viu.

2 comentários:

  1. ta ai.... a vida eh uma peça... por isso interpreto o sr. Blindex!

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  2. Garotoooooooooooooo! eu ñ aguento vc e seus comentários!!!!!!!!!!!!

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Áhh, que fofo você comentar!!!