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16 de abr. de 2011

Bebo

se eu bebo
se eu berro
e revelo meu íntimo em sorrisos largos
você me olha atravessado
com medo do que sou

quando você me teme
e nega
suas palavras se perdem com o vento
quando olhos demonstram indignação
com a perfeição que não tento ser

se eu te choco
te intimido
não finja que não se importa
nem crie esperança
de domesticar bicho crescido

então sozinha me entrego
a quem possa interessar
mas não posso pertencer
se todo o mundo me pertence

se na ânsia de tudo ter (mesmo sem ter nada)
me condeno a ser só
amargo e justo preço pago
pelo meu conceito errado de liberdade

mas não me privo do direito de amar
de me entregar de qualquer jeito
a tudo
a todos
a qualquer coisa

do jeito que eu quiser

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