Procurou as chaves. Abriu a porta do apartamento. Arrancou as roupas e despejou na cama o corpo cansado. Mas do que adiantaria jogar todo aquele pano fora, se sua carne também estava suja? Ligou o rádio. Música suave. Abriu um bom vinho. Tinto, é claro. Sempre tinto. Cor do sangue. Atirou-se embaixo do chuveiro. O vapor da água quente embaçava os vidros, os espelhos. Deformavam sua imagem.
Saiu do banheiro. Apenas uma toalha branca e encharcada abraçava sua pele. A água que escorria de seu corpo molhado pingava no chão. Já fria. Não quis se secar. Jogou-se na cama assim, nua e molhada, cabelos bagunçados.
Acendeu um cigarro. A taça de vinho ainda pela metade. A música suave continuava tocando. Vontade de sexo. Tudo naquele quarto cheirava a sexo. Seu corpo transpirava sexo. A última noite tinha sido muito pouco para saciá-la.
Ela nunca estava satisfeita... sempre quis dar muito mais do que eram capazes de receber. E no final, sempre ficava a sensação do mal acabado. E em cada canto do corpo dela, o gostinho de quero mais. Mais beijos. Mais mordidas no pescoço. Mais gozo. Mais esperma. Mais sexo. Mais palavras. Mais carinhos. Mais... mais, mais, mais.
Admirava o corpo nu, ainda molhado. Ela exalava sexo. Ela se tocava. Ela desejava sexo. Ela passava sua mão em cada curva, introduzia sua mão em cada canto de seu corpo. E gemia. Cada vez mais alto. Cada gemido mais intenso. Nessa noite, gozou sozinha. Dormiu triste. Mas satisfeita.
Ela sabia que quem quer sugar tudo, não pode esperar nada de ninguém. Nem mesmo dela mesma.
O auto conhecimento corporal é importante na hora da prática, os prazeres tornam-se demasiados e mais naturais...
ResponderExcluirMuitas vezes é melhor uma boa gozada só do que uma meia acompanhada
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