Num dia desses, em uma de minhas fanfarronices pela Lapa, resolvi experimentar algo especial. Na verdade não resolvi porra nenhuma. Saí de casa totalmente desintencionada, apenas na vibe de encher os cornos em qualquer inferninho desses por aí. E lá fui eu com uma rapariga, a qual acunharei aqui de Caninha da Roçando. Fomos, sozinhas, peripeciar nos becos do tradicional bairro carioca.
Eis que na “noitada” – se é que podemos chamar aquilo de noitada- um garboso rapaz demonstrou claro interesse em mim. Loiro, alto, pele branquinha e olhos claros. Ou seja, não fazia nem um pouco meu tipo. E ainda por cima ficou praticamente em cima de mim, mas nada de vir falar. Muito franca, como todos sabemos que ando total sem paciência, caguei. Mas ele não resistiu aos meus encantos indígenas e veio educadamente conversar, sem nenhum daqueles clichês tradicionais idiotas que estou acostumada a ouvir. Ou seja, ganhou pontos comigo. E todo mundo fala que sou muito exigente... a verdade é que vocês, portadores de um falo entre as pernas, não sabem tratar uma mulher.
Enfim. Percebi pelo sotaque que o moço não era daqui. Ele era um típico senhor nativo da terra do chá; ainda aproveitei para dar uma praticada no inglês. De lá, fomos beber um cerveja em um barzinho onde poderíamos conversar melhor, e o melhor de tudo foi ver a Caninha da Roçando tentando “improve” o english dela. Para descontrair ainda mais o ambiente, ensinamos o rapaz a falar meia dúzia de merda, porque como um gentleman britânico, ele não tinha ideia do que seria um “vai tomar no cu” – frase usada com muita frequência no cotidiano carioca. Mas o mais engraçado mesmo foi o fato de ele não entender nada que a gente falasse muito rápido – em português, é claro. E foi aí que fiz a festa.
Quando resolvi que daria umas beijocas no rapazote, mandei Caninha se retirar, assim, na cara dele. E, é claro, o pobre nada entendeu. Trocamos umas bitocas românticas e, juro que não sei o que deu em mim, cismei porque cismei que eu iria dar para ele. E todos sabemos que quando eu cismo com alguma coisa, fudeu. Falei para a Caninha - na frente do moçoilo – que eu iria dar um cruza. E complementei: “Cara, eu nunca fiz um troço desses. Dar para alguém que acabei de conhecer”. E em vez de me desencorajar, sabe o que ela disse? “Ah, para, já fiz isso um milhão de vezes! Dá para ele logo”. Piranha.
Pseudo-príncipe-William
Eis que ficou a cargo dela informar ao gentleman que, naquele dia, ele iria se dar bem. “E então, estou indo embora. Ela vai para casa comigo ou com você?”. “Oh! Não! Eu a respeita muito, não faria nada com ela!”, disse o pimpão, com sotaque carregado e alguns erros de concordância verbal. Aaaaaaaaaah. Pai, será que na Europa as pessoas não fodem de primeira? Isso foi um banho de água fria em meus sonhos estrangeiros. Mas, enfim, como eu queria porque queria, o diálogo seguiu. “Não, você não entendeu. Ela quer dormir” “Ah, sim! Você quer dormir em um lugar comigo?” “Ah, quero sim, estou com sono” (aff, aff, aff!!!). No final das contas, fui parar em um hotel chique no Catete.
Como sou suja, pensei “agora, só de sacanagem, vou fingir mesmo que vou dormir”. E não é que o pobre coitado ficou me olhando com a maior cara de paisagem? Tadinho, precisei dar uma trela para iniciamos os prazeres carnais. Na boa: Eu me senti péssima. Isso porque o cara estava todo apaixonado, trocando carinhos, olho no olho, e eu só queria dar. Nunca me senti tão macho na vida. Péssimo. Ele só dizia que eu era linda, que tinha adorado me conhecer e eu querendo apenas dar. O auge foi quando ele perguntou – veja bem, PERGUNTOU – se poderia tirar minha blusa. Pai, ele realmente acreditou que eu só fui para o hotel dormir...
Esse foi o ápice. Eu morri de rir e disse que poderia. E o pior: ele não entendeu minha gargalhada. Mas, não pensem vocês, rapazes, que o cara é um otário. Muito pelo contrário. Ele sim sabe tratar uma fêmea. Aprendam com ele, seus babacas. O problema foi comigo mesmo, que não consigo acompanhar esses rompantes apaixonados. O que não deixou de fazer com que eu ficasse encantada com aquele gentleman alvo de olhos claros.
Conclusões gerais
No dia seguinte, ele se despediu todo apaixonado e à noite me mandou uma mensagem super romântica, pedindo para eu ligar quando tivesse um tempinho, porque queria me ver de novo. Mas eu não faria isso. Eu me conheço. Seria maldade com o pobre rapaz. Pensei seriamente em sequer responder, mas achei deselegante de minha parte e mandei um breve “ok, nos falamos”. Codorninha Debochada (minha fiel escudeira, várias vezes aqui já citada) disse que eu preciso trabalhar esse meu total desapego. Admito. Acho que necessito de uma terapia intensiva.
Já Caipirinha da Silva foi mais direta. “Ótimo. Você acabou de contribuir para o clichê brasileiras-piranhas-pseudo-intelectuais”. Foda-se. Dei mesmo. Mas, definitivamente, fiquei arrasada; nem quando eu decido piranhar, consigo ser piranha. Eu só queria uma parada diferente, e busco a novidade justo com um cavalheiro, um típico pseudo-príncipe-William. Definitivamente, esse negócio de vagabundagem não é uma boa para mim.
Ao menos foi divertido, uma história para contar. Agora eu já posso dizer: sim, eu dei para um desconhecido. Um gentleman inglês. Nada mau.
No dia seguinte, ele se despediu todo apaixonado e à noite me mandou uma mensagem super romântica, pedindo para eu ligar quando tivesse um tempinho, porque queria me ver de novo. Mas eu não faria isso. Eu me conheço. Seria maldade com o pobre rapaz. Pensei seriamente em sequer responder, mas achei deselegante de minha parte e mandei um breve “ok, nos falamos”. Codorninha Debochada (minha fiel escudeira, várias vezes aqui já citada) disse que eu preciso trabalhar esse meu total desapego. Admito. Acho que necessito de uma terapia intensiva.
Já Caipirinha da Silva foi mais direta. “Ótimo. Você acabou de contribuir para o clichê brasileiras-piranhas-pseudo-intelectuais”. Foda-se. Dei mesmo. Mas, definitivamente, fiquei arrasada; nem quando eu decido piranhar, consigo ser piranha. Eu só queria uma parada diferente, e busco a novidade justo com um cavalheiro, um típico pseudo-príncipe-William. Definitivamente, esse negócio de vagabundagem não é uma boa para mim.
Ao menos foi divertido, uma história para contar. Agora eu já posso dizer: sim, eu dei para um desconhecido. Um gentleman inglês. Nada mau.
lmente tem muito homem por aqui precisando de um cursinho intensivo na Inglaterra sobre "como tratar uma dama". Sim, porque somos damas! Mas na verdade, acho que diante de tanto cavalheirismo, eu também começaria a rie, se na mesma situação, o rapazote perguntasse se ele poderia tirar a minha blusa... mas valeu a boa historia!
ResponderExcluirParece que lá na Europa eles devem perguntar. A moça poderia me dar a honra de introduzir meu aparelho reprodutor ereto em seu jardim das delícias...
ResponderExcluirPois, por aqui as mãos, a boca e outras partes vão fazendo acontecer antes das palavras.
Por aqui vc. pode ouvir coisas poéticas como: quero me deitar entre esses dois travesseiros ou vou conhecer a sua gruta encantada...
Beijão.
Ricardo Mainieri
ehehehehe belas observações
ResponderExcluirConheci um desses cavalheiros europeus, aff, dificil dar pra eles no primeiro encontro hein!!!
ResponderExcluirMuito dificil...
Ok. Piranha vc. Piranha sua amiga. Piranha todo mundo! Mas como sobreviver aos prazeres carnais? Esses dias escutei uma conversa entre duas moçoilas no banheiro de uma universidade que é pertinente aqui. Uma contava para outra de uma amiga que era casada e que estava pegando um colega de turma que também era casado. Ela foi taxada de safada. Ele, de garanhão. Gente, tem algo estranho no planeta dos macacos! Precisamos revolucionar e quebrar regras como a amiga Piña.
ResponderExcluir