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28 de jul. de 2010

Madagascar


Deve ser bom se despedir assim, sem lembranças. Não ter fotos para recordar momentos felizes, não guardar cartas com palavras e juras de amor.

Ter a certeza de que tudo o que foi feito estava certo. Ser dono da verdade absoluta.
Deve ser bom ser assim. Se esconder atrás do passado para não chorar no presente.

Ter medo e não fazer nenhum esforço para ir adiante, mas sim se acomodar ali, em posição fetal, num lugar qualquer do quarto escuro.

Partilhar sonhos que nunca foram os seus de verdade, não se mobilizar pelo outro, usar a preservação da intimidade para não se entegrar à vida dele.

É mais confortável, é mais fácil.

Eu preferi ser intensa. E sou assim: choro, faço escândalo, falo merda...
Mas sempre sigo o meu coração de verdade.
Chamo de amigos os que lhe são caros, entrego-me totalmente.
Esforço-me para agradar, mesmo que não possa sempre abraçar o mundo.
E erro. Erro muito. Já tomei muita porrada, já cheguei ao fundo do poço,
já implorei para que ficasse.

Talvez fosse melhor queimar as fotos, rasgar as cartas, encher a cara e esquecer meu amor.
Mas eu também não fujo. Nem do amor, nem da dor.

E isso ninguém pode dizer que é mentira.

Um comentário:

Áhh, que fofo você comentar!!!