Ela sempre sonhou com o mar em ressaca, ondas intempestivas que invadiam territórios mais remotos. E mesmo com a maré em cólera, algumas vezes entrava na água, se aventurava no sal. Outras, apenas deixava que a espuma tocasse de leve seus pés presos à areia. Mesmo quando não mergulhava, bastava saber que estava lá. Tanto fazia uma tempestade ou um rasgado azul. Mas hoje, quando olha para a costa, enxerga apenas um tapete com sutis ondulações que refletem o céu. E vê sem mistério um horizonte apático, sem sinais de variação. Onde está a fúria em meio a grandeza de todo esse líquido, que muda de cor a cada hora do dia? Que se foda. Ela vai viajar por todas as praias, até reencontrar seu mar.
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Lindo!
ResponderExcluirEu também achei lindo, e bem no meu momento...
ResponderExcluirQue se foda!
también me ha gustado mucho. especialmente el "que se foda"
ResponderExcluirjavier Barden