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2 de jul. de 2010

Recordações juvenis


Em uma dessas conversinhas de boteco, em que como resultado do elevado nível de cachaça caímos na sessão nostalgia, tive um papo divertido com algumas meninas. Meninas, não. Mulheres feitas, muitas delas com filhos, algumas já na casa dos trinta. Enfim, o papo que rolou à mesa foi “como aconteceu nosso primeiro beijo”.

O mais engraçado, é que mesmo sem termos trocado figurinha com as amigas durante o final da infância ou começo da adolescência, todas (digo TODAS) fizemos a mesma coisa: treinamos – e muito – o beijo na mão, com medo de fazer feio com o futuro, digamos, mini príncipe encantado.

Outro de nossos feitos infanto-juvenis que provocou crises de gargalhada, foi a recordação das leituras que fazíamos. Todas nós comprávamos aquelas revistas que ensinavam como dar o primeiro beijo.

Ficávamos desesperadas e fazíamos testes e mais testes que eram publicados, tentávamos pegar gelo no copo cheio de água, entre outras gracinhas que me fazem sentir uma pontada de saudades da época em que, pelo menos para mim, não havia maldade. Minha única preocupação era tirar uma boa nota na escola.

Meu primeiro beijo, para variar, foi com meu melhor amigo. E para variar, todas as minhas amigas já tinham beijado, menos eu (o que para muita gente era um absurdo, pois sempre fui grandona e aparentei ser bem mais velha). Eu tinha 13 anos, ele estava com 18.

Para se ter noção da minha inocência (ou lerdeza, mongoloidice, chame como quiser), ele já vinha tentando se declarar fazia tempo, e eu sequer desconfiava. Vivia falando que estava gostando de uma menina, mas que não podia me contar quem era, porque senão a garota ia saber.

Em vez de desconfiar que a dita cuja fosse a pessoa que escreve esse texto, eu simplesmente ficava revoltada, dizendo que como melhor amiga dele, era um absurdo ele não confiar em mim. Acreditam? No dia que ele resolveu me revelar quem era a tal que tanto falava, pediu que ficássemos sozinhos, porque não queria ser interrompido por nossos amigos. Então, fomos para o terraço da minha casa.

Eu perguntava, perguntava, e ele sempre me dava a mesma resposta. Quando horas depois (enfim!) percebi que na verdade ele falava de mim, entrei em pânico. Fiquei imaginando como seria se ele me contasse e eu ficasse olhando para ele com cara de bocó. Tentei dizer que se ele preferisse, poderia falar outro dia, mas já era tarde.

Como em uma típica cena de cinema, ele falou: “É melhor eu não falar, mas fazer”, e me lascou um beijão hollywoodiano. Bem, se tivesse sido filmado, não seria uma cena muito bonita de se ver. Eu fiquei tão chocada com aquilo tudo que simplesmente não me mexi. Até eu entender o que estava acontecendo e começar a beijar, foram aí uns longos segundos.

A única diferença entre as meninas da minha idade e eu, foi a de que isso não abalou meu coraçãozinho (que já naquela época dava sinais de insanidade plena e necessidade de nenhum apego). Fiquei com ele mais outras duas ou três vezes, e depois de um tempo, perdemos contato.

Podem me chamar de brega, cafona, do que quiserem. Mas apesar de sequer saber por onde anda o meu ex-melhor amigo (que diga-se de passagem, era irmão mais velho do menino por quem eu era apaixonadinha – como em uma típica novela mexicana), fico feliz por meu primeiro beijo ter sido dele. Coisas de menina bobinha que um dia fui, e hoje sinto saudades.

Um comentário:

  1. Nenhuma de minhas amigas pediu que eu desse um primeiro beijo...snif
    Há braços!!

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Áhh, que fofo você comentar!!!