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mulheresqbebem@gmail.com

3 de mar. de 2010

A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e SEXO


No prédio onde trabalho, na Lapa, acontecem as coisas mais bizarras. Volta e meia, pra desestressar da pauta furada ou pra xingar tranquila as decisões editoriais que vêm de cima - sempre de cima, enquanto eu não sou lá muito chegada a ficar embaixo -, me junto com duas amigas, que trago de outros Carnavais, no fumódromo.

Breve contextualização do fumódromo: é onde um dos mais antigos mistura vodka na coca-cola e pisca maroto pras menininhas, é onde aquele outro fiscaliza o cofrinho alheio através do vidro que separa a fumaça assassina da lanchonete, e é onde, sim, você se delicia com pequenos shows de sexo desinibido, projetadas, ao vivo e a cores, do prédio que fica em frente.

A diversão acontece sempre - mesmo, diariamente - por volta das 18h, e vem diretamente da segunda janela, contando de baixo pra cima, na extremidade da esquerda. Ah, o roteiro pode sofrer alterações de acordo com o tesão alheio.

A mulher, uma balzaquiana gordeta de pele branca e cabelo platinado com ar de quem abusou do Neutrox, pode entrar no que supomos "o quarto" de toalha enrolada no corpo e começar a se vestir, enquanto o affair tropical chega, também branco como minha bunda e uma barriguinha um pouco maior que ela, todo serelepe com o campeão cheio de gueri gueri pra senhorita casta.

A cena varia: ela pode entrar nua, os países baixos negros como o pecado e as formas sem qualquer simetria, ou ela pode entrar vestida, abrir a cortina, e começar a se despir, sempre com os atributos que Deus lhe deu voltados pros transeuntes.

Aí, pode começar uma mão no peitinho, por exemplo, janelas abertas e cortinas ao lado, tudo direcionado ao prazer do espectador. Ou espectadores: cerca de dez jornalistas que, pra dar aquela relaxada no fim do expediente, recorrem à dobradinha cigarro + sexo. Bah, o sexo nem precisa ser necessariamente com ele.

Pra quem vê, pode ser constrangedor no início. Mas te garanto, caro leitor, cara leitora, ninguém tira os olhos do casal que curte um voyeurismo. E a danada dá de costas, dá de quatro, dá em cima e dá por baixo, faz coisas com a boca que você nunca haverá ousado, e grita os prazeres da vida como se o mundo não valesse o constrangimento dos encontros casuais no bar que fica embaixo do edifício.

Ela faz de tudo, o cara urra de tesão enquanto, discretamente, faz pose pra ficar bem na fita pros vizinhos da frente e chegou, há quem diga, a colocar as mãos na cintura, em um gesto triunfal que decretava sua vitória sobre aquele ser já moribundo de sutiã vermelho-sangue, apoiado no parapeito da janela.

E ainda tem gente que diz que o trabalho lá é chato. Pode ser tudo, menos chato.

2 comentários:

Áhh, que fofo você comentar!!!