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30 de abr. de 2010

Melô do Bebô

Beber e perder a consciência depois de Wisky

Cantar e cantar e cantar, mesmo não se lembrando de nada que diz

Eu sei, Ó, mÓ Deusu, eu sei...

Que a gente não devia a língua enrolar

Mas isso me faz querer mais a birita: que alucina, é gostosa e excita!

E se...




... tudo isso de "eu te amo" fosse só fruto de nossa carência, de nossa insegurança, da vontade de ouvir do outro a mesma máxima? E se nunca ninguém tiver experimentado um amor livre, um amor inteiro, só a felicidade momentânea de um estômago mais frágil que vibra com alguém que nos parece interessante? E se tudo isso de casamento, filhos, 'amor da vida', e se tudo isso for mentira? Se não existir, se for só pra que nos sintamos melhores com a gente mesmo diante da solidão de um dia difícil? E se tudo o que eu estou vivendo agora for só egoísmo meu de não querer ficar sozinha de noite?

Estou com medo.

28 de abr. de 2010

Sexo é vida


O Ministério da Saúde adverte: fazer sexo faz bem para a saúde. Como sou uma It Girl, lóxicom que eu já sabia disso há séculos! (na verdade, desde que comecei minha vida sexual, que não tá nem perto de uma década). Infelizmente, sexo ainda é um tabu na nossa retógrada e machista sociedade. A ideia de mulheres fazendo sexo de forma livre e descompromissada coloca sempre nossas mães e avós de cabelos em pé, além dos próprios homens, que não sabem o que fazer.
Quando estou estressada e ansiosa, não fumo um béqui, não tomo uma dose. Eu faço sexo. Aliás, falo com convicção: sexo é a melhor coisa da vida. Para mim. Há pessoas que não acham, e eu deixo elas fingirem em paz (rs). Mas não há nada que me faça ficar mais feliz: nem declaração de amor, nem uma refeição saborosa, nem uma soneca gostosa. Nada. 

Nada melhor do que sentir aquela descarga passando por toda a sua espinha, chegando até o coccix e voltando à cabeça. Ver a cara e o sorriso da pessoa que está com você, na hora que ela goza e faz você gozar também. Uma foda bem dada é melhor que qualquer Neosaldina, que qualquer jóia, jantar japonês ou livro. Mas esse é o meu ponto de vista, volto a lembrar.
 A grande questão está aí. São poucas as pessoas que lidam tranquilamente com o sexo, sem neuras. Os homens fingem que lidam, mas na real - em sua maioria - são eternos adolescentes em busca de afirmação de sua "machesa". Julgam putas, piranhas, vagabundas as mulheres que "ousam" transar com quem der na telha, sem precisar de telefonema no dia seguinte, sem dramas, só sexo. As próprias mulheres julgam as outras assim. Querem distância! São um perigo e um assunte à delicadeza e pureza feminina. Ao inferno com o eterno feminino. Foda-se essa baboseira toda.

Eu quero é gozar horrores, dar o quanto eu quiser e para quem eu quiser, homem ou mulher! E, em troca da minha liberdade, continuar em forma, com a pele ótima, sem dor de cabeça e com a pressão em dia. Tá bom para você?
Bem que podia virar Lei hein? Sexo cinco vezes por semana...Juro que cumpriria meu dever cívico, com amor patriótico! 

O valor dos impostos



Na vizinhança...

- Boa tarde!
- Boa tarde,minha filha, pode falar !
- Por favor ,uma coxinha e um enroladinho de salsicha. Ah,dois guaranás também !
( A vitrine instigando todos que passavam com seus bolinhos e pasteis)
- Está bom minha filha ?
- Sim, está ótimo! Quero mais uma coxinha e um pastel para minha amiga.
Pensei nas duas pessoas que me esperavam em casa e pedi que embrulhasse mais quatro para levar e lhes satisfazer o lanche da tarde.
- Vou preparar.
E em menos de cinco minutos com a sacola na mão, pergunto :
- Quanto lhe devo ?
- Cinco reais
- Como ?`
- É minha filha, foram oito salgados e dois guaranás.
- Sim, eu sei!
- Cada salgado é cinquenta centavos e o guaraná também...tá caro ?
Sorri e paguei satisfeita...
A senhora dava gargalhada nervosa com medo que eu reclamasse do valor.

Na rodoviária....

- Bom dia senhora !
- Bom dia ! Por favor uma coxinha e um guaraná.
( o movimento a noite foi fraco e o atendente me passou uma coxinha aquecida de estufa e um guaraná fresco.Era o que tinha a minha volta e por isso acabei comendo aquilo mesmo.)
- Quanto lhe devo ?
- Nove e cinquenta.
- Como ?
- Nove e cinquenta ( entre os dentes um estalo de impaciência )
Tiro uma nota de dez reais e lhe dou.
- Estou sem moeda , a senhora não tem cinquenta centavos aí não ?
Aff!Inacreditável!

Se a Ucrânia fosse em Brasília...


Além de políticos dançando, haveria alguns apanhando na cara, e isso não seria ruim, né?

27 de abr. de 2010

Abordagem Genital




Tinha um menino fazendo xixi displicentemente na calçada do meio da Avenida Chile, bem na hora do rush. Não parecia garoto de rua e nem tinha problemas mentais.
Aparentava uns doze anos e, num ímpeto tipicamente pré-adolescente, exclamou para mim, apontando para a genitália “AÊ, QUER PEGAR?”

Ninguém olhou. Ninguém viu. Tava todo mundo com pressa demais.

Parece que só eu me ainda me choco com isso.

Sem grito



Uma das piores coisas do mundo é se tornar escrava do dinheiro, não é? Pois é. Eu sei e todos sabem há tempos que o capitalismo move o mundo. Mesmo lutando (ao meu modo) por uma sociedade mais justa, igualitária e tal, não consigo ficar fora desse sistema maldito. O que eu posso fazer? Vivo nele.

Ainda estou no esquema estágio-faculdade-quase-sem-vida. Trabalho em duas empresas para conseguir comprar o danoninho das crianças, sair de vez em quando com meu romance, pagar faculdade e cursos de aprimoramento e ainda reservar algum para eventualidades.

Confesso que juntando a grana das duas bolsas auxílio, consigo me desdobrar relativamente bem. No entanto, eu sofro. Sofro de desgosto. Fico triste em saber que, para manter essa vida medíocre (diga-se), tenho que engolir sapos, falar com pessoas que eu não suporto sequer olhar, esboçar sorriso quando na verdade tenho vontade de mandar um direto bem no meio dos cornos.

Gente, eu sou totalmente contra agressões físicas, mas já me peguei com vontades de socar umas caras por aí.

Estou insatisfeita há meses com uma das empresas em que trabalho. Não divulgarei o nome por ética (mesmo não merecendo minha consideração). Já estive a ponto de mandar tudo pros ares, pegar minha bolsa, devolver as chaves do escritório, agradecer a oportunidade de crescimento (Como dizem, temos que manter a “finesse” e, claro, os contatos jornalísticos) e bater a porta bem forte. E se reclamarem, colocar a culpa na rajada de vento incerta.

No entanto, depois de falar com alguns amigos sobre a minha insatisfação profissional e do estresse que venho passando, infelizmente, ouvi algumas verdades malditas: “Você tem que manter a calma”; “É só uma fase. Tenta segurar mais um pouco. Vai ter retorno”; “Vai deixar de ganhar a bolsa auxílio? Como vai viver e pagar o aluguel?”.

Brochante, não é?

Fiz rapidamente um cálculo mental dos meus ganhos e gastos, percebi a terrível discrepância dos resultados. Eis a minha verdade:
Sou pobre, não tenho dinheiro suficiente para quitar todas as minhas dívidas mensais, não posso desfrutar do lazer, cultura etc sem contar grana e no fim do mês, torço para o dia 5 chegar o mais rápido possível.

Pior que isso, perdi o momento rebeldia e não abandonei meu estágio. Aliás, neste momento, estou nele. Aqui é tão estimulante, que preferi escrever este texto ao som de “Sonho Juvenil”, de Jovelina Pérola Negra e compartilhar com vocês. Ouçam, fica mais cômico!

Pedido (antecipado) de Natal

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O telefone tocou novamente




Terça-feira de raios e trovões. Não, o dia nem está feio, o sol me dá um oi sorridente e me lembra que a vida é maior que a baia em que eu passo grande parte dos meus dias. Mas acordar com raiva da vida é mais tempestivo que um dia cinzento.


Desde as 3hs da manhã, rodoviários que estão em greve e acamparam em frente à garagem de sua empresa, em Água Santa, decidiram não usar bom-senso com uma informação preciosa: o celular da repórter que os entrevistou no dia anterior.


Ainda estava escuro, muito escuro, e o celular gritou a primeira vez. Assustada, corri para atendê-lo. Um motorista de ônibus me disse que cem motoristas não tinham ido para casa e passaram a noite ao relento, esperando negociação salarial e do ticket alimentação com a empresa - o que nunca aconteceu.


Tentei ser educada, polida, e disse que avisaria ao jornal. Não quis ofender ou hostilizar, por isso relevei o horário. Voltei para cama, meio desnorteada, sem conseguir baixar a adrenalina decorrente de uma ligação absurda no meio da minha madrugada.


Uma hora depois, o telefone tocou novamente. Acordei sobressaltada, como se tivesse levado uma punhalada no peito. Corri para o telefone. Eram eles de novo. Soltei um "puta que pariu" sonoro, e encerrei a chamada sem atender. Coloquei no modo de vibração. Não tinha porque meu companheiro dividir esse perrengue comigo.


Desde as três da manhã, foram 13 ligações. Sempre com o intervalo médio de meia hora. Isso acabou com meu dia. Quis gritar, mandar os grevistas enfiarem os celulares no meio do @#$¨, mas contive a finesse. Quando entrei no banho, olheiras a postos, o telefone tocou mais uma vez. Mi muchacho atendeu.


- Olha aqui, companheiro, ela já avisou ao jornal desde a primeira vez que você ligou. Jornalista também dorme, e espera o mínimo de responsabilidade da pessoa a quem confiou o número do celular pessoal. Se ninguém do jornal apareceu, é porque provavelmente existem milhares de outras coisas acontecendo, e o caso de vocês pode esperar. Da próxima vez, ligue para o jornal. Eles pagam repórter da madrugada pra isso.


Ouvi envergonhada pelos rodoviários, mas aliviada. Eles não me ligariam mais. Ledo engano. Não se passaram cinco minutos quando eu descia a escadaria do prédio e andava a passos curtos rumo à redação. Na última uma hora, o telefone tocou outras sete vezes. Se tocar mais uma, juro por deus e pelos meus quatro anos de faculdade e pelo salário que não paga esses estresses, vou mandar tomar no olho do #@!. E chorar no cantinho.

26 de abr. de 2010

Forasteira oriunda do paraíso




Voltei mais ainda estou totalmente lá. Unida aos encantos de um lugar que sempre me pareceu reservado a mim mesma.Voltei de uns dias que se firmaram eternos, não na lembrança apenas, mas na memória da pele e dos sentidos. Voltei, mas por dentro esperneei mil e umas palavras de amor por aquele lugar que o céu me deu a mão.
Num súbito de desespero e infelicidade, quisemos até ficar presos naquele eterno momento onde nos encontramos, eu e o Rio Preto.

A terra ainda seca me deixou uma lembrança de dor nos pés que tanto pisotearam o caminho refeito por peões, cavalos e bois. Pequenos e grandes insetos fizeram visitas festivas em horas oportunas, esperando que o elo se fechasse completamente, quase como um teste. Ao luar neblinoso, lembrei-me de coisas felizes que eu sempre vivi. Se acreditasse em reencarnação, poderia jurar que vivi muitos anos feliz, velha e feliz, com um belo aparelho de chá e vinis tocando na vitrola. 

“ Viajar, para que e para onde? Se a gente se torna mais infeliz quando retorna? Infeliz e vazio de situações e lugares desaparecidos no ralo, ruas e rios confundidos, muralhas, capelas, panóplias, paisagens, quadros, duties free e shoppings…" (Waly Salomão)


Receita



Vou te modelar
em uma forminha de biscoito
colocar sal a gosto
e um pouquinho de açúcar

Eu vou desenhar
te deixar feito um bonequinho
com confeitos coloridos
pra depois te devorar

25 de abr. de 2010

Nas ondas da rádio




Eis que me pego ouvindo uma voz conhecida, meio caricata, meio digna de nostalgia da infância. Dentro do carro, num engarrafamento qualquer, o RockBola mostra que está sempre inovando e, que na guerra entre os meios de comunicação por audiência, vale tudo.


- Ié, iééééééééé!!!! Ráááááá!!!


Não, não, não. Caio na tentação e rio. Lembro de minha mãe, uma modelo periguete da década de 70, contando que namorou com ele, aquele que me divertia pelas tardes com sua Porta dos Desesperados. Nunca entendi o motivo da atração. Se foi o boné com o pirocóptero ou se foi o hit adolescente "vem fazer glu glu". Afinal, tem gosto pra tudo.


E, bem, descubro que além de atuar como patrono de turmas de jornalismo, o gaiato faz ponta como comentarista de futebol e ainda promove sua peça de teatro no melhor - ou pior, dependendo do seu grau de ironia - estilo stand up comedy: Sergio Mallandro Sem Censura, com entrada por 60 felicidades, mais a gasolina até o Teatro dos Grandes Atores, na longínqua Barra da Tijuca.


Juro que com tanta atuação, quase onipresente, não pude deixar de me perguntar... Seria esse retorno uma pegadinha do Mallandro? Espero que sim.

24 de abr. de 2010

Dois baseados e a conta, por favor

Sábado de plantão. Namorado longe, viajando, enquanto eu me descabelo entre um cliente e outro. Atendo o telefone, pergunto sobre passados, provoco sobre futuro, e anoto, anoto, anoto.

Em casa, depois de quase 12 horas de incertezas, me apego a meu outro alguém, que me garante risadas descompromissadas. Enrolado com uma precisão quase cirúrgica, fino e elegante, meu baseado me espera, a ponta ainda amassada para que o ouro verde não se esvaia em movimentos mais ousados.

Olho, namoro e quase beijo meu símbolo fálico, origem de prazeres quase tão sexuais quanto uma boa noite de sexo. Imponente, apesar de frágil, ele me olha e pede, desejoso: me coloque na boca. Entre a ânsia de lamber e a de sugar, está o ardor por uma viagem.

Deito na cama, preguiçosa, e acendo quem me apaga pro mundo. Com uma tragada profunda, quase visceral, me despeço de quaisquer sentimentos menos nobres. Penso em quão bom é ter um pé inteiro, íntegro, amigo. Ele me leva por lugares dos mais diversos, adversos, e nunca reclama.

Do pé, vou pra boca, molhada, quente, de sorrisos fáceis. Penso em como gosto da textura, penso em como gosto de beijos em lugares não-óbvios. Lembro do cotovelo, e nossa, como eu gosto de carinho no cotovelo.

Com mais uma tragada, me sinto Shakespeare. Mas minha pergunta não é mais dramática. Minha pergunta é quase um desafio: decifra-me ou te devoro. Lembro que quem disse isso não foi Shakespeare, e desato a rir, frouxa mas intensamente, como se a constatação fosse uma piada inédita, daquelas politicamente incorretas e cruas, que tanto gosto. Aliás, acho que sou uma piada dessas.

Sou tantas coisas, todas agora envoltas nessa fumaça que me envolve como um abraço do namorado distante. As cinzas caem no meu peito, e eu as retiro com as mãos no primeiro movimento brusco da noite. Queimaram um pouco, mas nada grave.

Depois de dez minutos - que se fizeram horas - foram-se três centímetros. E, como se o dia seguinte não fosse de novo plantão, dormi com um sorriso no rosto.

20 de abr. de 2010

mini vacaciones

Bem, com todos esses feriados bombando na minha cuca, pegarei minha mochila, enfiarei umas roupas bem velhas e surradas, meu tênis de caminhada, meu biquine retrô e partirei bem cedo para um lugar prodigioso. Vou me renovar, não aguento mais ser acordada por escândalos noturnos, viciados fumando crack na minha porta, assaltos em série na minha sacada, fome, dor e desespero. A Lapa tem um legado muito carregado, uma coisa que me abate e me deixa afetada, não sei bem o que é. Trabalho todos os dias a omissão dentro do meu sentimentalismo, mas é difícil ver as cenas que se mostram todos os dias, cruas e nuas sem edição.

Enfim, vou passar cinco dias longe do meu caos - doce –lar.

Sou só felicidade!

deixo um beijo para quem fica e pra quem não fica também 

e por favor, não parem de beber!!!!!!


"Então vem, me dê sua língua...

Então vem, que eu quero abraçar você".

*Trechos de uma música que me abraça em um dia complicado. Life on Mars, cantada pela Adriana Maciel.

19 de abr. de 2010

Apenas hoje


Tenho fome de vida. Sou corpo, alma, matéria, suor, lágrimas e sorrisos. Sou pura, sou pecado, posso ser quantas mulheres eu quiser. Devassa, insana, louca, santa. Virgem, vagabunda, bondosa, piranha. Posso espremer muitas horas e viver uma vida inteira em um minuto só.

Quero chorar tudo uma única vez, desejar morrer por alguns segundos, mas acordar no dia seguinte sedenta pelo calor do sol. Sou fonte de luz e me redimo de todos os pecados. Mas apenas amanhã. Hoje, e sempre hoje, só hoje, sou o que eu quero, sou tudo que eu puder.

Posso tomar todas as drogas, posso dançar até meus pés implorarem que eu pare, posso amar como louca horas seguidas e amanhã nem mais lembrar. Sou tudo, sou o mundo, sou universo, sou infinito.

Meu amor não cabe em mim, meu desejo consome todas as forças. E nessa loucura posso ser freira ou prostituta. Sou apenas uma mulher. Meu corpo arde em chamas, meu coração queima como o gelo, minha alma ninguém irá levar.

Sou água, sou vento, sou terra; sou fogo, sou pedra, sou luz. Sou tudo que sempre quis ser e não importa o que ninguém mais queira. Sou dor, sou sexo, sou vida. Sou perfeita. Sou o resultado, início, meio e fim do mais inocente amor que me habita e me possui.

Eu berro, eu rio, eu brigo. Ensino, aprendo, eu vivo. Abrigo as possibilidades de um “não” e a infinidade de todos os “sim”. Eu quero o sim, eu quero o tudo. Posso não querer nada, mas quero agora.

Sou a entrada, sou a porta sempre aberta para o rio correr.
Quem me tiver, que me ame, mas não se engane e perca a sanidade por mim. Porque se hoje me deito em tua cama, amanhã acordo, levanto. Parto, sigo, não paro, eu abandono. Não posso mais me perder de mim.

Ando, corro e não volto. Mas posso mudar de ideia. Hoje, vou em frente. Amanhã, quem sabe, eu olhe para trás. Basta eu querer. Sou toda entranhas, carne e sangue. Mostro tudo, ou não revelo nada. Me abro, me fecho, sou toda a divindade da luz.

Até onde você me quiser, até onde eu quiser, posso ser só tua. Mas nunca sou de ninguém. Sou minha, sou só minha. Sou eu... que quero, que vivo, que amo. Sempre, como se fosse a primeira e a última vez.

Mas isso é hoje, apenas hoje. Amanhã... amanhã será outro dia.

16 de abr. de 2010

Faz um marketing pra mim?

Há alguns meses, quase ninguém sabia quem era Dilma Rousseff. De repente, como em um passe de mágica, ela empata com Fernando Serra e disputa o primeiro lugar na pesquisa eleitoral para as eleições presidenciais. Feitiçaria? Macumba? Simpatia? Ebó? Não, seus bobinhos! De forma alguma. Esse pessoal é muito mais audacioso. A peripécia é mais conhecida como marketing. Seu poder é tamanho que tem como potencial transformar você, um pobre desdentado, magricelo, feio e pé rapado, na maior sensação do momento no seleto (ah-há) círculo das celebridades.

Não vou desmerecer nem enaltecer feitos de ninguém. Já disse, não faço campanha política eleitoral e também não estou a fim de debater a decisão judicial que resultou na multa do PT por puxar a sardinha de sua pré-candidata. Apenas quero refletir sobre essa democracia, onde ganha as eleições aquele que gasta mais dinheiro em comícios, se propõe a maior preocupação e exposição da própria imagem e sabe abrir um belo sorriso quando necessário. Sim, porque entre uma boa lábia que te convença com um monte de lorotas e alguém sério que aponte a realidade social, vamos ser francos, todo mundo vota na primeira opção.

É fato que inocência e honestidade não existem no jogo político. Quem não segue as regras, está fora. Além da arte de embromar, é necessário fazer alianças, conchavos, fingir que não enxerga, engolir sapo, angariar fundos para campanha eleitoral em troca de favores. Se não for assim, conseguir qualquer coisa vai ser difícil. Quando vejo os escândalos sobre nossa massa parlamentar e o questionamento da sociedade sobre quem estaria envolvido ou quem mais sabia, a resposta que me vem à mente é muito simples. Todo mundo.

Safadeza? Não, não. A regra é essa. Não sei se concordo com Maquiavel quando ele diz que todos os homens são maus por natureza e estão dispostos a se corromper. Mas acredito que, não importa se os seus propósitos são íntegros ou não, para chegar ao poder na política brasileira, ah, mas tu vai ter que dar uma aliviada forte, jurar que não está vendo, dar uma mãozinha de leve, e por aí vai. Para os iniciantes que ainda não tem parcerias para formar, aconselho que antes de começarem a se corromper com terceiros, se corrompam consigo mesmo. É o marketing, minha gente, o marketing. Deixe-me explicar.

Em primeiro lugar, mude seu visual e conquiste o eleitorado pobre, porque o grosso do ouro está ali, na pobretada. E não pense que você deve ser como eles, para que haja uma identificação e todos queiram ser representados por você. Jamais! Isso aqui não é um comercial de xampu! Pobre não vota em pobre igual a ele. Você acha que quando o Lula se apresentava com as mangas da camisa dobrada, estilo trabalhador boladão, alguém votava nele? Não, não. Mas, para sorte de nosso atual presidente, um belo de um marketeiro lascou-lhe um paletó de primeira e pimba! Ele se tornou o pica da nação!

Como outro exemplo, veja a própria Dilminha. A mulher tirou os óculos, arrumou o cabelo, trocou as roupas e colocou botox em tudo que é buraco. Até mais sorridente dizem que ela anda. E agora, está rumo ao primeiro lugar nas pesquisas. Falando nisso, o bom humor também conta. Ta fudido, gatinho? Ta sofrendo? Abstraia tudo isso de sua mente e dê um belo sorriso para a população que vai pagar o seu salário, em breve! Tire foto com a criança descabelada, faça carinho no cachorro pulguento, abrace o bêbado no botequim. É assim que começa.

E digo mais, esperta como sou, vou largar essa história de jornalismo – porque, com raríssimas exceções, jornalista é tudo um bando de ferrado – e cambiar para o negócio político. Além de achar que eu tenho o dom para a coisa, dá muito mais dinheiro e prestígio. Sim, estou ansiosa para dar aquela corrompida. E que soem os tambores. Estou apenas esperando que alguém se aproxime e pergunte: “Ei, você. Faz um marketing pra mim?”.

A grande fábrica



relatos de uma antropóloga 
sensações olfativas empíricas
 

Sempre começa às quatro da tarde, primeiro o office boy abre com chave de ouro, depois, o cara do departamento de pessoal lança seu veneno, aí meu bem, vem a prole toda, dando início a grande festança dos dejetos fantásticos de chocolate.
Apenas dois banheiros simpáticos recebem toda a potência produtiva, um grande e outro pequeno, INFELIZMENTE, próximos a minha mesa. Na verdade me tornei a antropóloga da cagada, aquela que monitora o nível de produção da galerona.
A minha tarde segue preenchida de odores desagradabilíssimos, cada qual lutando como pode, remoendo-se nas dores do parto. Mas o pior mesmo é ficar imaginando as cenas pasolinescas, com bundas cabeludas, caras vermelhas fazendo força e aquelas espremidas na barriga com o braço, pra otimizar a situação.
Uma descarga, duas, três, até quatro, tudo pra garantir que a noiva cumpra o caminho do altar sem deixar daminhas de honra perdidas ao relento. Importante também é não deixar vestígios do véu da noiva, que geralmente adquiri uma cor levemente amarronzada. Ele deve descer juntamente com o cadáver.
E assim termina mais um dia de rotina, todo mundo sai com a cara meio suadinha, mas com a barriga leve e o espírito exorcisado.

Observar a rotina sacal do bicho homem é de fato apaixonante, não é mesmo? Óhhh!

Mas sinceramente amigos, eu torço por uma alimentação mais natural para todos os operários da fábrica de bosta onde trabalho. Dignidade já!

Quack!



Ela chegou em casa cheia de tesão. Tinham ficado afastados por dois dias, quando ele viajara a negócios.

- Que saudades! Nossa! - repetia ela, entre abraços.

- Eu também, amor... muitas...

Com cara de quem queria uma boa foda, ela começou a se enroscar nele.

- O que você acha de tomar um banho? - perguntou ele, entre beijos.

- Hmmmmm.... isso é um convite? - emendou ela, fogosa.

Ele riu.

- Não, é só que eu vou usar o banheiro e ele vai ficar interditado depois.

Ela chegou em casa cheia de tesão. Ele, com dor de barriga.

14 de abr. de 2010

A proposta


Dois meses sem sexo. Dois longos meses aguçando o paladar com chocolate, álcool ou qualquer coisa que inibisse sua vontade de abrir as pernas. Até quadros ela já pintava, qualquer ponto de fuga serviria para amenizar os calafrios cada vez mais intensos que sentia.

Uma noite, frustrada, saiu de casa sem rumo. Caminhava pelas ruas da Lapa, quando viu um bar. Pouca iluminação, música ambiente, fumaça de cigarro no ar, almofadas no chão, cheiro de sexo. Um impulso, um piscar de olhos, seu corpo deslizava em meio àquele lugar que insinuava tudo o que desejava.

Sentou, pediu um drink. Antes mesmo que a bebida chegasse, viu um velho amigo. Não se encontravam há meses, mas a ligação era inegável. Ele também estava só. Juntos, se embriagavam e desfrutavam recordações antigas, falavam dos tempos que não voltam. Nada de futuro, nem mesmo o presente caberia ali. Apenas ser era necessário. Ser, de verdade, era a única cobrança que faziam um ao outro. Sempre foi assim.

Todos iam embora, mas eles continuavam, gargalhavam, trocavam olhares como nunca fizeram antes. Quando não restava mais ninguém, o garçom informou que o bar seria fechado. Eles teriam que sair. Foram cambaleando pelas ruas com uma garrafa de vodca na mão, riam de detalhes estúpidos. Qualquer outro não acharia graça, mas eles achavam. Só eles, ninguém mais.

Caminharam até o carro dele, estacionado em uma das ruas escuras, pouco transitadas na madrugada. Ele a levaria para casa. Quando entraram, ela o observou. E cuspiu suas palavras sem nenhum raciocínio ou pudor, como sempre fez. Como sempre faz. “Se fizermos sexo a noite inteira, promete que a amizade vai continuar exatamente igual, como sempre foi?” “Para de falar. Vai para o banco de trás agora, já estou imaginando você de quatro para mim”.

A proposta foi aceita. O acordo foi fechado.

Levemente puta

Com os cabelos ainda molhados, passou lápis preto nos olhos e um batom vermelho na boca. Era tão branca que tais ousadias não seriam permitidas, a não ser por aquele dia, aquela noite. Se olhou no espelho, e notou que as pintas que tanto gostava sobressaíam, e os olhos negros pareciam ainda mais com uma nuvem carregada.

Abriu a sacola rosa-choque que trouxera do trabalho. No caminho para o conjugado abafado no Largo do Machado, parou em uma loja de roupas íntimas e comprou um espartilho. Vestiu a sensualidade como quem se fantasia, quase uma brincadeira de Carnaval. Sorriu e colocou o salto antes mesmo de terminar o ritual com o vestido favorito, mas algo cândido, antagônico ao desejo sexual reprimido. Queria ver como a veriam, uma safada da Atlântica, uma piranha de termas, talvez uma puta de luxo.

Se certificou de que na bolsa estava tudo o que precisava. Celular, maquiagem, camisinha e toalhinhas de papel. Antes de sair de casa e bater a porta sem olhar pra trás, virou para a parede o porta retratos que trouxera de Paris na última viagem. A foto dos dois em um café, sorrindo cúmplices, agora fazia parte do passado. Assim como a amizade com a vagabunda que, na noite de ontem, tinha roubado seu posto na cama com ele.

Mídia, história da Carochinha e a merda da nota de monografia

Sim, sim, sim, o post está grande. Mas acho que vale a pena ler. Agora, bonitinho (a), se você tem preguiça de se entregar a tal sublime atividade, está no local errado. Para os interessados, adianto que esse é apenas o desabafo de uma ex-acadêmica frustrada.

Um e-mail que a minha chefe enviou um dia desses quase me causou um orgasmo sexual. Calma, não é nada disso que vocês estão pensando. O conteúdo da mensagem fez com que eu me recordasse do dia em que apresentei a porcaria da minha monografia e ganhei de presente uma bela de uma nota de merda, 8.6. É, é isso mesmo, tenho o sangue nerd nas veias e raramente me contento com menos de 9.0. Mas o melhor de tudo foi o porquê de eu receber uma avaliação tão abaixo do que eu esperava.

Eu defendi o que minha banca achou um absurdo: concluí que a mídia brasileira deveria deixar essa balela de discurso de objetividade, isenção e blá-blá-blá de lado, e assumisse aos cidadãos comuns toda a subjetividade existente na atividade jornalística. Não vou ficar aqui dissertando meus argumentos, estão todos muito bem fundamentados em minha monografia. Mas, sim, TODOS OS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO TÊM UM POSICIONAMENTO, meus caros, que eles sutilmente alcunham como linha editorial. Para muitos, essa última frase pode parecer ridícula de óbvia. Porém, acreditem, muitas, muitas, muitas pessoas de verdade, crêem na tal da imparcialidade, que não existe.

Existe um jornalista com suas vivências particulares, que vão influenciar na sua apuração e redação; um editor que vai definir o que vai e o que não vai; o dono do veículo, que por interesses financeiros, políticos ou sei lá que inferno mais, pode querer vetar ou não uma notícia. Um erro? Um absurdo? Apenas o resultado de uma sociedade democrática, até o momento em que a publicidade interfere... Mas essa é outra discussão, não vou me aprofundar nisso agora. Enfim, o que permite que o processo da divulgação da notícia mereça credibilidade é a postura ética dos profissionais de comunicação, e não essa história da Carochinha chamada imparcialidade, inventada pela indústria de consumo para vender jornal.

Mas o que tudo isso tem a ver com o meu orgasmo-sexual-laboral e minha frustração acadêmica? Explicarei agora, caros leitores. O e-mail enviado pela minha chefe apresenta a reprodução de uma matéria publicada no site Carta Maior, intitulada “Grande mídia organiza campanha contra candidatura de Dilma”. E veja lá. Já estou logo avisando que não sou integrante de partido político algum e meu objetivo não é promover campanha para ninguém. E ponto. Como eu dizia, de acordo com a apuração da jornalista Bia Barbosa, o seminário 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, promovido pelo Instituto Millenium em São Paulo para estudantes e profissionais da área, “teve como foco apresentar debates em que representantes dos principais veículos de comunicação do Brasil afirmaram que o PT é um partido contrário à liberdade de expressão e à democracia”.

Não vou ficar detalhando a matéria aqui não, quem quiser ler na íntegra – é sério, vale muito a pena – pode clicar aqui. Agora, vamos refletir comigo. Eu sei que determinados veículos têm suas preferências políticas. Você, talvez saiba. Mas a grande maioria não faz ideia. Para qualquer pessoa com o mínimo de senso crítico, fica fácil perceber para qual partido ou candidato uma EMPRESA (é isso mesmo! Os jornais, revistas, sites na Internet e canais de televisão são EMPRESAS como qualquer outra) está propensa. Mas, para a grande maioria, não é!

E é justamente essa grande maioria que agrega como verdade única (opa, isso também não existe, caros colegas) o que na realidade é apenas uma versão, um ponto de vista relatado em cada veículo. E não me venha com esse papo “mas eles entrevistaram todas as fontes, de todos os lados”. Se você for um pouquinho inteligente, vai saber que isso não quer dizer nada e que o resultado da apuração do jornalista não é necessariamente uma manipulação, só porque você não concorda. Pelo menos prefiro acreditar que não na maioria das vezes. Ponto de vista, amigos, isso se chama PONTO DE VISTA.

Porém, se esse ponto de vista, esse posicionamento não ficar claro para os leitores, aí sim, podemos pensar no conceito de manipulação. Você lê um texto carregado de juízo de valor, jurando que essa é uma cobertura isenta. É sério, por mais bem fundamentada que ela seja, NÃO, ela não é isenta. Agora, vamos ao que vim fazer. Vou reproduzir só um pedacinho da matéria publicada no Carta Maior, porque estou que não me aguento.

“Um último conselho foi dado aos veículos de imprensa: assumam publicamente a candidatura que vão apoiar. Espera-se que ao menos esta recomendação seja seguida, para que a posição da grande mídia não seja conhecida apenas por aqueles que puderam pagar R$ 500,00 pela oficina de campanha eleitoral dada nesta segunda-feira”. Siiiiiiiiiiiiiiiiiiim! É exatamente isso. E não pense você, que escrevi quase 900 palavras nesse post por uma questão política-econômica-social ou sei lá mais que porcaria você pensou. Meu único objetivo é que esse texto chegue até a minha querida banca, para que ela avalie se eu realmente merecia a porcaria de um 8.6. OITO PONTO SEIS. Não, não merecia. E tenho dito.

13 de abr. de 2010

Medusa Tecno Pop


Ontem foi mais um dia de tédio e mais uma noite de nada. Seria fatídico se não recebesse às 22hs, um telefonema afobado da querida “Mourena do Méier”.

- Tá acordada?
- Tô!
- Então liga no SBT, o Didi vai apresentar a Medusa.
- Genteeeeeeeeee, onde?
- No programa: Qual é o seu talento?
- No creioooooooooooo. Vou ligar agora.

A Medusa Tecno Pop, que já é conhecida da “galera que sabe se divertir”, faz tempo, esfregou-se fluorescentemente pelo chão do estúdio no SBT e deu seu nome, identicamente como naquele dia no Hotel Paris.
Fiquei morrendo de saudades de uma época que já passou, mas me senti feliz por saber que de alguma forma, buscamos na juventude, o inusitado para sair de uma vida "QUENEM". 

É uma pena que o SBT ainda não tenha disponibilizado o vídeo no youtube, mas eu achei outro dela, rastejando num festival no México.


Ode à Medusa... 
Com todas as suas caraminholas na cabeça.
Humilhando-se e exaltando-se, levando vivas e gongadas
seja na TV, no México, ou numa festa infernal,
misturado com putas e universitários num motel falido
Viva o artista que não faz acepção de público! 


Fotos da festa "AbsurdinhosHypes 2009"














Medusa rastejando aos pés da platéia




















Medusa sensualizando no Hotel Paris 


 
Eu adoro abusurdinhos!  :)

Crônica de uma foda não terminada

Ao ler o relato de Bentita Marguarita sobre sua tentativa frustrada de protagonizar uma bela sacanagem pelo telefone, acendeu em minha conturbada memória a recente recordação de uma relação sexual não terminada. Sim, vou contar uma de minhas orgásticas peripécias na cama; ou melhor, nesse caso, na água.

Estava eu, levemente alcoolizada em uma festa capaz de enlouquecer a mente mais sã, que ocorria em um barco ancorado na saudosa Angra dos Reis, quando um grande amigo que por puro altruísmo já satisfez minhas necessidades carnais mais baixas fez uma proposta: ele teve a brilhante ideia de transarmos na água.

Óbvio que de cara eu não aceitei. O evento estava cheio, e por mais depravada e pervertida que eu queira ser, ainda não estou preparada para ser a estrela de uma suntuosa cena de filme pornô ao vivo, na presença de aproximadamente 100 espectadores, em sua maioria, bêbados.

Depois de muita negociação, aceitei andar até uma parte deserta da praia. Claro que para não corrermos o risco de ficarmos ilhados com a partida do barco, tivemos que contar a um dos organizadores da festa o nosso libertino intuito. Ou seja, ele faria com que o flutuante aquático não partisse antes de retornarmos.

Mas apesar de tanto trabalho, de caminharmos até o outro lado da praia e começarmos, enfim, o coito em plena maré salgada, eis que ouvimos de longe o berro de um senhor de idade, que estava hospedado na pousada localizada próxima à nossa ousadia carnal: “Ei, vocês, têm crianças aqui!!!”. Vergonha? Desespero? Vontade de enterrar minha cabeça no primeiro buraco? Isso não vem ao caso agora.

Saímos normalmente. Meu querido amigo quebra-galho pediu desculpas e voltamos para o barco, que apenas aguardava nossa presença para partir. Não cheguei nem perto de sentir toda a plenitude que desfruta um ser quando saciado, tive que aturar alguns amigos rindo enlouquecidamente dessa minha tentativa frustrada em alto mar, mas ficou uma história engraçada para contar aos meus filhos. Ou não.

Pelos menos, no meu caso, o jornalismo nunca atrapalha nessas horas... Apenas velhinhos preocupados com a inocência que deve ser preservada nos infantes corações.

11 de abr. de 2010

Nossa migue Bismarchi sugeriu, a gente publica...

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a postagem.

9 de abr. de 2010

Transe



Foi como um transe.
(J'veux ton amour...)
O escuro. A luz verde oscilante.
(Et je veux ton revanche)
Ela.
E a sensualidade aflorada pelo neón.
(You and me could write a bad romance)
O som no imenso vácuo. Nada.
Ela.
(I want your love and)
E a sexualidade aguçada pela dança.
(All your lover's revenge)
O corpo, o cheiro e a boca.
E o transe.
(Want your bad romance)

Sexo verbal

Até que faz meu estilo. Estava distante, com um oceano entre eu e a melhor foda do mundo, enquanto via a irmã de uma ícone inglesa admitir em um programa a la João Kleber que tinha passado um ano como garota de programa. Os pais choravam. Ela sorria, safadinha.

Era noite, e o frio me sugeria um sexo nem que fosse comigo mesma. Me descobri lasciva depois que descobri o bom sexo. Perdi vergonhas, perdi impedimentos decorrentes da depilação atrasada, perdi pudores de gemer e morder e arranhar. Hoje, quando faço o que gosto, gosto do que faço.


Pois bem, em minhas mini-férias (que explicam a ausência desta ágora ninfeta), peguei o telefone e fiz o que queria. Não se tratou de aproveitar as maravilhas da vibração, mas sim de garantir alguma satisfação nas ondas de uma conversa.


- Como você tá vestido?


- Tô de calça jeans e blusa, amor... por que?


- Hm... calça jeans, é? Que delícia... Eu tô só de camisetinha e calcinha... morrendo de saudades de você...


Ele riu.


- Tá com saudades de mim? - perguntei.


- Tô amor... morrendo de saudades. Não vejo a hora de você voltar.


- Hm... delícia... saudades de você #%$@$%$#¨ na minha #%¨#&$&...


Ele riu, nervoso.


- Amor, to no jornal, não posso brincar agora...


E, mais uma vez, o jornalismo fudeu com a minha vida. O jornalismo e o fuso-horário de quatro horas entre Londres e Rio de Janeiro.

Uma tragédia anunciada

 Rio de Janeiro, 07 de março de 2010



as pulgas sonham com comprar um cão, e os ninguém com deixar a pobreza, que em algum dia mágico a sorte chova de repente, que chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chove ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.
os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos do nada.
os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos:

que não são, embora sejam.
que não falam idiomas, falam dialetos.
que não praticam religiões, praticam supertições.
que não fazem arte, fazem artesanato.
que não são seres humanos, são recursos humanos.
que não tem cultura, e sim folclore.
que não tem cara, tem braços.
que não tem nome, tem número.
que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
os ninguém, que custam menos do que a bala/chuva que os mata.

[eduardo galeano - o livro dos abraços]

7 de abr. de 2010

Três taças de vinho e te conto segredos


Foi o sexo mais inusitado da minha vidaaaaaaaaaa!
Primeiro por que eu nunca imaginei uma coisa dessas, segundo por ser com quem foi. Eu estava na minha, deitada na areia da Prainha em Glumari, era uma quarta-feira, estava sozinha, duas amigas furaram comigo. Peguei minhas coisas e fui curtir um sol num lugar reservado, tenho alguns complexos com meu corpo, admito.
Eu queria ficar na minha, pensar na vida, levei um back, o sol estava tinindo. Já eram umas três da tarde, e nada além do azul do mar me instigava.
Fumei um pra abrir a mente, comecei a viajar nas granulações da areia da praia, reparei na imensidão delas, tão necessárias e tão impercebíveis.
- Oi, tudo bem?
Caralho, quando eu olhei pro lado, vi dois pés grandes, lindos, fui subindo, joelhos, quadris, pênis marcado no calção de banho, peitoral, ombros, boca, olhos verdes e rasgados. Meu santo amaro do bom fim das periquitinhas! Era o Rodrigo Hilbert, eu simplesmente queria expirar.
- Tá sozinha? Posso? (Apontava para o meu cigarrinho).
Eu não sabia o que fazia, estava de pernas bambas, mesmo, gente, sempre babei por esse homem na trama da novela das oito. Não podia acreditar que ele estava ali, me pedindo um trago inocente no meu backzito.
- Claro, maconha e beijo não se negam. (Disse eu, pra lá de mil intenções na mente)
Ele sentou do meu lado, estremeci. Fumou comigo, e começou a falar de Sartre, nem sabia se ia ter argumentos à altura. Mas fui tentando, afinal, não tinha planejado nada pra esse momento, que na minha cabeça nunca iria acontecer.
Não quis saber de gêmeos, de mulher, de namorado, de nada, só queria dar pra ele.
- Aconteceu, aconteceu mesmo, e tudo. Quando me vi, estava em cima dele, dando loucamente. Ele me beijou como nunca fui beijada, me comeu como nunca fui comida.
Nunca imaginei ser “possuída” por um homem tão lindo, e isso nem estava nos meus planos, mas aconteceu.
Não vou narrar os fatos detalhados como um conto, pode parecer que é um relatozinho de uma fã, um sonho, ou um delírio, mas eu juro, não é. Aconteceu mesmo, numa quarta-feira inesperada, tive o sexo mais inusitado da minha vida. Acreditem se quiserem. 

O Grito


Sexo murmurado é gostoso.

O sussurrar de prazer.

O gemido ao pé do ouvido.

Muitas vezes essas pequenas demonstrações de prazer fazem o gozo quase transbordar.

Mas o estrondo...

O sexo em alto e bom som.

O prazer do prazer saindo pelos poros tão fortemente que o corpo não agüenta e grita.

Os femininos soam como uma sinfonia nos ouvidos e fazem da transa algo muito mais excitante.

Muitas mulheres sentem vergonha expressar o prazer em sua totalidade.

Ficam na meia boca e reprime o grito.

Acham que gemer, morder, falar, esporrar são coisas promíscuas. Coisas de putas mesmo.

Puta, santa, velha, nova. Meninas, o sexo é pra isso mesmo. Fazer de tudo e mais um pouco.

Urrem. Mas de verdade. Pelo seu prazer e não apenas pelo do outro (a).

5 de abr. de 2010

Sexo + Foto + Arte= Voyeurismo




Quem aí ou aqui não adora uma sacanagem? Eu não confio quando me dizem ser puritanos.
Sempre penso que pessoas melindradas demais, podem possuir distúrbios sexuais bizarros. E “thi boa” queridos, eu gosto mesmo é ver o circo pegar fogo. Porém,contudo, todavia, sou amante de uma boa arte e acho que sexo tem tudo a ver com esse conceito. Por essas e outras, indico o Pornilove, que exibe corpos clicados por amadores e profissionais de todo o mundo,  para os voyeuristas um prato cheio, para os amantes de fotografia, uma experiência no mínimo instigante. 


Divirtam-se, mas cuidado para não serem flagrados com os olhos no périgom!