Com os cabelos ainda molhados, passou lápis preto nos olhos e um batom vermelho na boca. Era tão branca que tais ousadias não seriam permitidas, a não ser por aquele dia, aquela noite. Se olhou no espelho, e notou que as pintas que tanto gostava sobressaíam, e os olhos negros pareciam ainda mais com uma nuvem carregada.
Abriu a sacola rosa-choque que trouxera do trabalho. No caminho para o conjugado abafado no Largo do Machado, parou em uma loja de roupas íntimas e comprou um espartilho. Vestiu a sensualidade como quem se fantasia, quase uma brincadeira de Carnaval. Sorriu e colocou o salto antes mesmo de terminar o ritual com o vestido favorito, mas algo cândido, antagônico ao desejo sexual reprimido. Queria ver como a veriam, uma safada da Atlântica, uma piranha de termas, talvez uma puta de luxo.
Se certificou de que na bolsa estava tudo o que precisava. Celular, maquiagem, camisinha e toalhinhas de papel. Antes de sair de casa e bater a porta sem olhar pra trás, virou para a parede o porta retratos que trouxera de Paris na última viagem. A foto dos dois em um café, sorrindo cúmplices, agora fazia parte do passado. Assim como a amizade com a vagabunda que, na noite de ontem, tinha roubado seu posto na cama com ele.
aaah esse titulo ai hein, ehehehe!
ResponderExcluiraaah ja estou de volta! SAUDADES!
Como sempre, muito bom!
ResponderExcluirO melhor até hj, na minha opinião!
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