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30 de jun. de 2010

Momentinho "ócio" no trabalho

Sabe quando está tudo acontecendo ao seu redor e você simplesmente tem um insight sem-noção? Pois bem. Estou eu cá na labuta, mil coisas pra pensar, e eis que...

"vou de táxi, cê sabe, tava morrendo de saudade"

Quem não teve infância e ficou mexendo a bundinha em frente à TV colorindo pintas nas coxas em homenagem à Angélica que atire a primeira pedra. Mas gostos e bizarrices da infância a parte, vamos ao momentinho mais querido desse quadro.

Bem vindos ao 'semiologia, já'.

Não sei se é só comigo, mas me parece que esse hit dos anos 80 - início dos 90 - não faz muito sentido. Se você vai de táxi, é porque está morrendo de saudade, visto que saudade é uma urgência, um sentimento que te consome e te transforma em uma bomba-relógio.

Logo, dizer que vai de táxi porque tava morrendo de saudade, não me satisfaz como literata.

Agora, se você realmente tava morrendo de saudade, o mais adequado, sob meu ponto de vista, seria dizer que veio, ou no caso da canção em primeira pessoa, vim, de táxi.

Alguma mente sã e igualmente desocupada me explica o mistério de tão agradável canção?

27 de jun. de 2010

Pode virar


Quem nunca ouviu essa frase que atire a primeira pedra. E não, não me refiro apenas aos momentos íntimos, entre quatro paredes - embora o causo a que me refiro seja íntimo e aconteça, invariavelmente, entre quatro paredes. Nós, mulheres, temos que seguir todos os dias um ritual que nos enquadra na categoria 'fofas' e 'femininas'. O tema aqui é depilação.

Outro dia, depois de dois meses cultivando minha própria Claudia Ohana - sabe como é, muito trabalho, pouco dinheiro - resolvi juntar um dindin e fazer a bem em uma loja daquelas de depilação em estilo fordista. Cheguei, toda serelepe, sem deixar de ter sussurrado sacanagens mil nos ouvidos de meu comedor-mor. Depois de uma virilha cavada com faixa bem feita, vem a parte que mais me intriga. A atendente diz, com um sorriso cândido, aquele "pode virar".

Depilar o meu próprio buraco negro era um assunto que despertava mil fantasias em tempos inocentes. Pensava que doeria, que era besteira - afinal, quando se é inocente, dar o cu não é uma idéia recorrente -, e que nuuuuuunca deixaria verem meu pequeno botão. Um dia resolvi provar, e para minha surpresa, foi uma delícia só. Nada erótico, que me desse vontade de dar uma chupada na depiladora ou mesmo receber uma, mas foi uma agradável surpresa.

O negócio simplesmente não dói, e ainda facilita tarefas diárias e não-tão-desprovidas-de-critério assim. O único desconforto era ter que ficar de costas, deitada sobre uma maca, afastando as duas bandinhas rosadas que deus me deu enquanto a cera quente fazia meu amigo piscar. Me sentia ridícula, como se estivesse prestes a levantar vôo. Consegue visualizar?

Foi há pouco tempo, em uma depilação dessas tipo micareta, fora de época, que descobri um método revolucionário. Basta, de barriga pra cima, colocar a batata de uma perna sobre o joelho da outra. Bingo! É a glória, meu bem. Só falta o mojito, uma revista Caras, e o sol do Caribe pra vc se sentir uma madame de férias. Outro dia, conversando sobre o assunto, descobri que existem várias outras formas. De quatro, tipo cachorrinho, é uma delas. A outra é com o bumbum empinado, mas o dorso encostado na maca. Qual a sua favorita? A minha é aquela em que eu não preciso de um atestado de sanidade mental da profissional, por medo de ela meter qualquer coisa que seja no meu amiguinho.

26 de jun. de 2010

O Cara...

Ele não era essa pessoa interessante há uns anos.

Ele fez um personagem chamado ‘Tadeu’, na frustrada novela das sete “Pé na Jaca”.

Ele era padeiro, irmão do eterno galã Marcos Pasquim. Lembram? Não, não lembram.

Ele não fazia esse sucesso todo.

Depois de um tempo, voltou à tela da Globo como o indiano Raj.

Moreno bronzeado, sorriso brilhantemente branco, bom moço.

Sua estrela começou a brilhar de verdade quando a química com a eterna gostosa Juliana Paes deslanchou na novela das oito “Caminhos da Índia”.

Ele virou o sex symbol Global. O verdadeiro homem com cara de homem.

Ele desbancou o Bahuan. Gente, o Márcio Garcia sumiu na novela, tadinho.

O Rodrigo Lombardi é uma pessoa que mexe comigo. Mas não é no sentido sacana da coisa, não. Ele me irrita. Não ele pessoa, mas a cara dele. O formato do rosto dele. Sempre que o vejo me vem somente uma coisa à cabeça. Pirú. Não é pênis, piu piu, bilau, pau ou caralho. É pirú mesmo.

Todas as vezes que o "Mauro" aparece em cena na novela “Passsione”, não deixo de falar. “Ele tem cara de pirú”.

O nariz meio abrutalhado, a boca carnudinha, o rosto talhado quando sorri. Tem ou não tem cara de pirú? Pirú moreno, sabe? Pirú grossinho, sabe? Não muito grande. Tipo, pirú, padrão, morenão, grosso e com cara de Rodrigo Lombardi.

Aí pensei: “Esse é o motivo de tanto sucesso com as mulheres e com os homens. Ele tem cara de pirú”.

Quem gosta, gosta!

24 de jun. de 2010

A amiga ao lado

Poucas vezes, confesso, me arrependi de não mostrar ou demonstrar o lado lésbico-porra-louca-e vamos que vamos-e-se não for-valeu.
Eu sempre fui, corrigindo, sou uma pessoa tranquila e tenho respeito pelas amigas e conhecidas héteros. Sabe como é, né? Todo mundo acha que gay é leviano e sem respeito.
Por esse motivo, evito “dar uma de sapatão”. Não faço comentários sacanas com quem eu não conheço, não olho com maldade as amiguinhas e não, leiam, não me aproveito das situações favoráveis e possíveis favoráveis. A opressão e o estereótipo em cima dos homossexuais me tornaram essa pessoa pura.
Pois é, sou uma boa menina. Mas, deixando as explicações do meu jeito de ser, contarei pra vocês, queridos, uma revelaçãozinha que me deixou triste. Triste mesmo.
Estava em um bar com uns amigos, numa dessas noites agradáveis, degustando a minha segunda caipvodka, quando fui imensamente surpreendida com a declaração de uma amiga.
Ela disse: “Se a Paula na Coxa me aliciasse naquela noite eu entraria no clima e acho que rolaria algo”. Deixe-me situar a ocasião: O dia mencionado pela amiga foi o dia em que dormimos uma ao lado da outra. E nem passou pela minha cabeça o “pode rolar alguma coisa com a minha amiga hétero”.
Eu nem lembro o porquê dela ter dormido lá em casa, nem lembro se naquele dia eu a olhei com outros olhos, nem sei se eu a olho com outros olhos, nem pensei em nada, eu nem me aproveitei do “sono turbulento da madrugada que te faz cair no colchão da amiga”.
Agora, deixe-me situar a amiga: Ela é uma pessoa muito interessante. Bonita, seios fartos e, o melhor, é sexy sem querer ser sexy. Queridos, só pra ressaltar, eu não tenho segunda ou terceira intenções, mas, pô, perder o que deveria ter sido é muito chato. Principalmente com ela. Na verdade, não é chato. Foi uma puta falta de sacanagem!
A questão é que a amiga contou esse bafinhoo num encontro de amigos, num tom de brincadeira, depois de beber uma caipirinha, com um sorriso meia boca. Pois é.
Outra,
Ela, depois de ter pensado em ter rolado alguma coisa, disse que eu sou tranquilona. Dormiu ao meu lado e eu não fiz nada. Pode?
A partir de hoje, vou deixar de o “lado lésbico topa qualquer parada” florescer. Quando uma amiga dormir ao meu lado, vou oferecer o edredon, uma massagem relaxante ou qualquer coisa que ela queira. Nunca se sabe o que passa na cabeça dessas HTs, né?

A dama da lotação


As portas do metrô se abriram e ela entrou. Meu olhar dirigiu-se imediatamente para aquela mulher. Era como um imã. Ela se sentou nas cadeiras laranjas, destinadas aos idosos, gestantes e deficientes físicos, bem ao meu lado. Segurava uma pequena bolsa. Vestia roupas coloridas e seus cabelos cacheados iam até os ombros, onde ficavam mais claros, num tom de mel impressionante. Falava num tom baixo, peculiar, pouco comum às mulheres. Tinha gestos de princesa, delicados, suaves, como eu sempre quisera ter. O homem ao seu lado prestava atenção em tudo que ela falava: apontava para o caderno em suas mãos, onde dava para ver algumas palavras e desenhos, sobre as propagandas no túnel do metrô - aquelas animadas, sabe? Como eu queria exercer este fascínio sobre os homens. Fez graça tentando prender os cabelos. Jogava os cachos para o alto, fazia menção de prendê-los, mas logo depois os soltava novamente, claramente jogando charme.Sempre sorrindo para ele.

Estávamos na estação de Botafogo quando ela entrou. Não foi uma viagem longa, ela desceria logo ali, no Catete. Como um sexto sentido havia me avisado, apressei-me por reparar-lhe cada detalhe, cada movimento, cada gesto. Ela voltou os olhos em minha direção. Olhou firme e decidida. Depois os baixou novamente, cochichou no ouvido do homem, que a abraçou. Ela teria ficado com medo? Logo depois, tornou a olhar-me. Sorriu discretamente com o canto da boca e deu a mão ao homem que a acompanhava. Ela tinha confundido: achava que eu o olhava, quando na verdade era ela, figura tão singela, o objeto de minha atração. Levantaram-se para sair. As portas abriram e meus olhos a acompanharam novamente. Antes que o metrô partisse, ela me olhou de novo. Dirigi-me então ao homem que a acompanhava, sorrindo para ela:

- Ela é linda! Quantos anos tem?

- Cinco - respondera o pai orgulhoso - É linda mesmo, né?

Ela nem me deu ouvidos. Com seus pequenos trejeitos de mulher - inacreditáveis para a idade - saiu do carro, segurou firma a mão do pai. Olhou para trás com desconfiança e ar de superioridade, comum às mulheres, sempre competitivas. O metrô saiu antes que eu pudesse lhe esboçar outro sorriso.

23 de jun. de 2010

Mulheres que participam!


Nosso canal está arreganhadooooooo genteeeeeeeemmm!

E já começamos a receber nossas primeiras histórias de leitores assíduos que também querem compartilhar coisas, ouvir conselhos, desabafar, bater o ponto. Afinal, aqui todo mundo tem espaço.

A nossa primeira participante se chama Mari e tem o codinome “Menina da Igreja”(geralmente são as piores), ela tem 19 anos e é do Rio de Janeiro. A nossa “menina da igreja” conta que sempre teve um ensino religioso católico nos caminhos do senhor, mas que sofre muito pelas enormes penitências que o padre da paróquia aplica para combater os pecados que ela comete diariamente. Agora, nossa amiga precisa desabafar o momento difícil que está passando e ouvir o que a gente tem a dizer sobre suas peripércias sexuais, que pelo que ela contou, não estão láaaaaaaa essas maravilhas. Vamos conhecer melhor essa história cheia de tzão incubado e investidas cretininhas dessa menina cheia de atitude.
 



 Foi um furacão que ficou em minha vida...

Queridas mulheres que bebem, namoro há um ano, um menino um pouco mais velho do que eu, nosso relacionamento é fachada. Pq na verdade adoro sair com meninas, por putaria talvez, mas a aventura e o perigo que sempre dão um "up" na minha vida um pouco medíocre. Também amo homens mais velhos e os casados principalmente, tenho faro para esses tipos peculiares de cretinos.
Queria começar, depois de ter me apresentado, contando a vocês a respeito de um furacão que passou na minha vida e ainda me tira dos eixos. O nome dela é Isabela, que conheci no 2º ano do Ensino Médio. Passando os dias, fui me tornando amiga dela e meu interesse foi mudando de conotação. Todos os dias eu a levava pra casa depois da escola e conversávamos sobre tudo, inclusive sobre homossexualidade. Sentia que ela queria me perguntar se eu toparia ficar com meninas e eu louca pra falar pra ela.
Um dia eu criei coragem e perguntei na lata, ela tremia como se estivesse possuída por uma entidade, e com uma voz acanhada respondeu que sim. Aproveitei a chance para revelar todos os meus sentimentos por ela, que disse na minha cara que não rolaria. Fiquei mega frustrada e saí de lá correndo. No dia seguinte eu enviei uma carta pedindo desculpas e dizendo que nada daquilo era real. (Claro q ela não acreditou).
O tempo passou, não tocamos mais no assunto para minha infelicidade. Agora Isabela é quase um machinho, usa calça larga e all star. Ainda sou louca por ela!!!!
Minha ultima investida aconteceu numa boate gay em Ipanema, fomos eu ela e mais uma amiga. A Isabela foi assediada por uma mulher, mas não caiu no contra-ataque. Saí muito frustrada da boate, preferia ter sentido ciúmes e vê-la beijando do que ter saído do jeito que entramos.
No dia seguinte, conversamos por horas pelo tel, aproveitei para me abrir e contar todas as minhas historias para ela, inclusive histórias bem picantes para ver se ela se animava e contava alguma coisa. Isabela acabou confidenciando que hoje ela está preparada para namorar meninas e que só não pegou a louca na boate pq ficou com vergonha de mim.
Bom, agora o caminho já está aberto, só falta eu fazer o tipo dela. Será que vai rolar?

Por Mari Muller - A menina da igreja

22 de jun. de 2010

Por aí

I can try to hide myself anywhere
Et je peux aller aux les plus loin lieux
Yo sé, no lograré
Forgive or forget you
Parce que dans toutes les langues (Qu’est-ce je peux fair ?)
Amor es siempre amor

21 de jun. de 2010

Chocolate e o sexo

- Cara, você vai lá embaixo?
- Vou sim.
- Traz um chocolate pra mim?
- Porra, mulher solteira é foda!
- Por que você tá falando isso?
- Porque mulher só se entope de chocolate quando tá faltando pica. Completou meu educadíssimo companheiro de trabalho.

Voltou ele quinze minutos depois com uma barra dessas grandes de chocolate ao leite.
O orgasmo de hoje tá garantido!

boca-a-boca


Era uma vez uma lei que deveria ser seguida por todos aqueles (as) que nos tiveram um dia e gostaram muito (fato!)


Não somos

Encontrei um blog interessante em um de meus passeios pelo cyber espaço. Uma menina, com um bom texto, se descreve como “uma dona de casa atrevida”, e faz questão de dizer “meu sonho mesmo é ser dona de casa”. Corajosa. Por incrível que pareça, vivemos em uma cultura em que a mulher pode se autodenominar puta, bem resolvida, independente, cachaceira, o inferno que for. Mas, apesar de as mulheres que são apenas “donas de casa” corresponderem a uma boa parcela da sociedade, elas não costumam ter voz. Acredito que tenham vergonha de se expressar como tal, até porque muita gente iria virar o nariz.

Afinal de contas, criticar uma Tati Quebra Barraco que fala “sou feia, mas tô na moda, tô podendo pagar hotel pros homens, isso é que é mais importante” não é nada demais. Ela pode argumentar dizendo que é uma pioneira mal compreendida em um meio machista e retrógrado. Mas quem é que vai defender uma mulher que não tem a mínima vontade de chocar, intimidar, escandalizar, de ser diferente; uma mulher que quer dizer apenas o que é, sem nenhuma pretensão? Escrever nesse blog que adoramos fuder, que temos a mente aberta, que somos muito bem resolvidas... moleza. Somos mesmo. Mas não sei como seria se alguém relatasse aqui o sonho de casar na igreja de branco, ter filhos e uma casa com um quintal bem grande para o cachorro brincar.

A questão não é exatamente criticar o que a mulher é ou deixa de ser. Guy Debord diz que antes do surgimento do sistema capitalista o indivíduo prezava o ser, ou seja, o juízo de valor era embasado a partir do que se era de fato. Depois, o ter passou a delimitar o espaço que cada um mereceria no meio social. O poder aquisitivo indicaria o valor de cada um. Mas com a revolução tecnológica, o surgimento das grandes mídias, parecer passou a ser o mais importante. As pessoas começam a se esconder atrás de grandes marcas, de discursos que não condizem com o que realmente são, exatamente para se mostrar.

Acho que hoje em dia a mulher que quer chamar a atenção pode ser dividida em duas categorias básicas: ou está mais preocupada em se parecer com uma boneca Barbie, ou em demonstrar que é descolada. Queremos aparentar tantas coisas, que acabamos nos esquecendo de ser nós mesmas. Seria idealismo demais, brega demais da minha parte, escrever aqui que todas deveríamos deixar os discursos de lado para encontrar a própria essência. Clichê. Sabemos que não é bem assim que funciona. Também sabemos que apesar de insistentes tentativas, é impossível estabelecer o que de fato somos. Quem se define se limita.

De minha parte, prefiro parafrasear o poeta Raul Seixas e dizer que “Prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Ah, e também como não poderia deixar de dizer, continuar admirando aqueles que simplesmente são qualquer coisa, em uma sociedade onde cada vez mais é necessário se autoafirmar.

20 de jun. de 2010

Amor de merda

Tenho um amor
que me suga (ainda)
mas não sei compor versos
Foda-se

Tenho um amor
que não se perde
nesse tempo de merda

Minhas mágoas são como bosta dura (e nova)
não afundam
n’água
nem se esfarelam

19 de jun. de 2010

Mulheres que bebem e lêem emails

Muchachos e muchachas devassas, a partir de hoje iremos abrir nossas caixas de entrada - ui! - para os relatos mais íntimos de vocês. Serve aquele comentário pertinente que você não ousa deixar transparecer, aquela história engraçada que você simplesmente precisa divulgar ou mesmo uma oferta bacana de jantar romântico seguido de uma transa enlouquecida com nossa amiga Piña.

O endereço é mulheresqbebem@gmail.com. Beijos-safados-onde-vocês-escolherem.

Linguada nas bolas

As festividades futebolísticas que ocorrem a cada quatro anos sempre despertam certo ufanismo no povo brasileiro e atitudes ensandecidas nos filhos dessa nação. Destempérios esses que são mais evidentes no bicho homem, do sexo masculino. Em geral, esses seres pensantes demonstram toda sua virilidade em rompantes de alegria ou ódio, socando objetos inanimados, socando uns aos outros ou até mesmo socando a si mesmo. Berram, xingam, chutam, revelando a grande quantidade de testosterona existente em seus hormônios.

Não sei se essas altivas estripulias estão relacionadas à necessidade de provar sua sexualidade de macho, ou se de fato eles surtam mesmo. Pois me deixe dizer uma coisa. Toda essa banca de fortão, fodão e marrentão, daqueles que enchem os cornos durante a exibição do jogo e fazem questão de bater no peito dizendo “mulher não entende dessa porra”, como se nós fossemos seres ignorantes e inferiores, é totalmente desmistificada na cama, quando eles viram os olhinhos ao levar uma bela de uma linguada no cu.

É isso mesmo, meus caros. Não estou dizendo que o prazer anal é coisa de florzinha, não. Muito pelo contrário. É consenso entre estudiosos da anatomia humana que você, meu querido homenzarrão, adora levar uma catucada no brioco. Mas apesar do que explica a ciência, a sociedade com sua cultura hipócrita garante que quem gosta de uma dedilhada no botão é mariquinha. Lamentável.

O pior são aqueles comédias que insistem em dizer que isso é pura viadagem, mas depois daquela partida de futebol em que demonstram toda sua macheza, ficam de costas na hora de fuder, gemendo igual umas cabritinhas, enquanto sentem aquela roçadinha bem no meio do fiofó. A questão aqui não é criticar quem permite esse tipo de carinho. Mas sim, quem permite na cama, mas na frente dos companheiros “igualmente muy machos” diz que quem gosta disso é boiola. Convenção escrota.

Para minha felicidade, tenho amigos heterossexuais que assumem numa boa que quando transam, adoram levar aquela catucada no cu de suas companheiras. Isso não só faz com que eu me orgulhe deles, como faz também que eu os considere homens de verdade. Afinal, em meio a todo esse puritanismo, tem que ser muito homem para admitir que gosta. Tem que ser muito bem resolvido com sua sexualidade para dizer numa boa: EU GOSTO DE LEVAR UMA LINGUADA NO CU.

E você, homem-macho-do-sexo-masculino-que-está-lendo-esse-post-agora, não pense que o que eu digo é um absurdo. Acredite: VOCÊ também vai ficar doidinho se deixar alguém te dar uma dedilhadazinha. Para ficar ainda melhor, não pense que é uma situação prazerosa só para você. Nesse momento, nós mulheres sentimos que temos um poder nas mãos (ou na língua) inexplicável. Nos tornamos as comandantes nesse momento, as que dominam a situação; o homem da relação (culturalmente falando), propriamente dizendo. E adivinhe: nós gostamos disso.

Portanto, rapazes, abram mais essas suas cabecinhas preconceituosas. Aproveitem também para abrir mais as pernas em posição de cachorro, o tradicional “de quatro”, e gozem dos prazeres anais proporcionados por um carinho gostoso e descompromissado. O recado se estende também para as moças-fêmeas-cheias-de-merdinha-na-cama. Muitas meninas acham isso um absurdo e são capazes de espalhar para todo mundo, com o semblante horrorizado, que o dito cujo para quem deram na semana passada pediu uma acarinhada um pouco mais diferente. Pobres amadoras.

Enfim, o recado está dado. Logo, altivos rapazes e moçoilas descoladas, aproveitem o clima de festa proporcionado por homens suados correndo atrás de uma bola para serem mais audaciosos na cama. Sem preconceitos.

rolha


um cilimétrico pedaço de ti
que navega em mim
esteticamente incongruente
quando está adormecido
porém, astuto e suntuoso
quando enrijecido
a parte de ti que enche
a falta em mim 
num misto de dor e prazer
que me alarga e me alaga
em nosso encontro 
de vinho e rolha
numa enroscada bem
(planejada)

18 de jun. de 2010

Gooooooooooooooooooooooooool!

Estava lá, como quem não quer nada, em posição de impedimento. Aquela cara de bunda, aquela bunda achatada na cadeira do escritório. Era uma das felizardas que trabalhariam durante a esperada estréia do Brasil na Copa. O namorado, um bonitão com quem tinha se enganchado nos últimos cinco anos, havia ido na casa dos amigos - um grupo de alcóolatras bonachões que costumava lhe render boas risadas. No grupo, Carol, uma ex-buceta amiga do namorado.

Nesses momentos, há de se aprender a respirar. Inspira, prende, expira, relaxa. Dizem que ajuda o sangue a circular devagar, e a onda é quase a mesma de uma taça de vinho. NOT. Não funcionou, constatou, coçando a cabeça. No escritório, o cenário era deprimente. A tia secretária com as unhas pintadas metade de verde, metade de amarelo, a camisa do brasil de cotton deixando escapar aquela língua simpática de banha, a calça jeans para surdo-mudos, nas quais uma leitura labial pode render altas putarias (claro que não com aquela bunda de nós todos).

As colegas de trabalho todas usavam roupas nas cores da bandeira, penteados ufanistas, com fitinhas purpurinadas, e sombras verdes e azuis. A decadência, pensou ela, irritadíssima. Faltando dez minutos para o jogo, desligou o computador. Colocou a cadeira de frente para a TV e assistiu a todos os companheiros de escritório saírem em direção ao elevador. No bar da rua, mesas estavam reservadas. Mas ela estava sem tesão.

A cada avançada da Coréia, urrava por dentro. Torcia contra, de propósito. Vibrou com a performance meia bomba de Kaka, e se emocionou com o camisa 9 asiático, que ora chorava de emoção ora investia contra Julio Cesar. Ao primeiro gol, gritou de raiva. Ao segundo, chorou. Só imaginava seu namorado comemorando, bêbado, o gol com a buceta amiga, metendo nela toda a felicidade do mundo.

Naquele mesmo dia, terminou a relação. E deu pra um negão tesudo do escritório, com família na Costa do Marfim. Domingo promete.

17 de jun. de 2010

A Copa do Mundo é nossa!


A época mais esperada do ano estava chegando. Para ele, lógico. Ela já sabia o que esperar: horas a fio de futebol na TV, latas de cerveja espalhadas pela casa, marmanjos escandalosos e, neste ano especial, as tão aclamadas vuvuzelas! (Pode existir coisa mais irritante?).
Era ainda a primeira Copa que passariam juntos. Eram meio namorados, meio casados. Dividiam - em tese - um apartamento na Glória, "pequeno, mas aconchegante" (como gostava de lembrar). Em tese, porque ele ainda se dividia entre a casa dos pais e o novo lar. Ela ficava puta, óbvio, dizia que era falta de maturidade, blá blá blá. Mas a questão agora era séria. Não era o ronco, não era o medo de casar, não era SÓ futebol: era o início da Copa do Mundo.
Ele fazia questão de assistir TODOS os jogos. Organizou bolão entre os camaradas, participava de concurso de decoração no trabalho, apostava em todos os lugares. Parecia pinto no lixo. "Literalmente!", ela pensou. No primeiro jogo, muita excitação. Até ela convocou as amigas. Todos torciam pela Baphana Baphana! O jogo morno, que terminou em empate com o México, foi motivo de horas de debates acalorados no jantar. Terminaram na cama. Ele estava empolgado, com fôlego de criança. Ela começou a mudar a pensamento em relação ao evento: se ele vai me comer assim durante a Copa inteira, eu quero mundial todo ano!
Foram nove dias de felicidade. Mesmo quando a Argentina ganhou da Nigéria (o que era óbvio) ele não desanimou. Seu "hermano" entrou em campo. A bola rolou a noite inteira! O jogo da Alemanha também foi sensacional!!! Os quatro gols deram ainda mais entusiasmo... Ela começou a ter fantasias com os jogadores, secretamente, claro! Afinal, aquele tanquinho à lá Canavarro não era o forte do nosso campeão...
Foram passando-se os dias, o apartamento todo decorado! O mesmo grupo de amigos, que incluía também a mulher de um colega de trabalho dele, se reuniria para assistir à grande estreia do Brasil! Muito estardalhaço, cerveja a rodo, o prédio todo decorado. E ela só torcia para a seleção ganhar e o jogo começar entre quatro paredes.
O jogo contra a Coréia do Norte deu trabalho. Kaká jogou porra nenhuma, só deu pinta em campo. Pausa. No intervalo ela já notara no companheiro fanático o desânimo típico dos perdedores... A outra rapariga presente estava na janela, fumando um cigarro. Como boa anfitriã, ela puxou conversa:
- Mas que merda de jogo, né?
- Ô...
(silêncio)
- Seu marido também é fanático?
- (sorriso sarcástico) Ele não é meu marido...
- Ah, sorte a sua! - respondeu prontamente - Namorado, então?
- Acho que sim... Não me prendo à essas conveniências. (E deu um sorriso muito maroto).
As duas continuaram na varanda, olhando a paisagem, meio desconfortáveis com a presença da outra. Porém, o que se podia fazer? Falaram sobre o tempo (como todos que não tem assunto), sobre futuro, sobre física quântica, sobre futebol - lóxico - até chegarem no assunto preferido: sexo. Falaram sobre valores morais, sobre preferências, posições, experiências. A cada instante iam percebendo o quanto eram parecidas, apesar das diferenças: a visita trazia no corpo milhares de tatuagens enquanto a anfitriã discretamente deixava a mostra parte dos seios pelo decote da blusa customizada.
Galvão anunciou o início do segundo tempo. Como nada de bom acontecia naquele jogo, foram tentar puxar conversa com os rapazes, sobre as impressões que tiveram da conversa informal. Falavam animadamente das coincidências, das viagens em comum, dos amigos que partilhavam. O máximo que ouviram foi um único: "nossa, que legal! agora dá uma licencinha amor?"
Como não poderiam conversar na sala, foram para o quarto. E como as risadas eram seguidas sempre por "shiiii!" ou sonoros "cala a boca!", seguidos por vuvuzeladas, ligaram o som. A trilha escolhida era diversa. Começaram com Massive Attack. Para aliviar o estresse causado pelos chatos da sala, deitaram despretensiosamente na cama. Rolavam de rir com as histórias. E se esbarravam e empurravam, gargalhando das histórias... Os perfumes se misturavam no ar. Como eram cheirosas, como as peles eram macias e se entregavam ao toque. Os olhares se encontraram de maneira forte e direta. Não titubearam: ao som das vuvuzelas, traíram seus parceiros alienados. Foram fiéis a si mesmas. Ganharam dos rapazes por W.O.
Gozaram no segundo gol. Os gritos de prazer se fundiam às cornetas e urros masculinos. Eram delicadas. Entreolharam-se. Riram, abraçaram-se. Tomaram um banho e voltaram à sala. Fim de jogo na terça. Despediram-se todos. Na porta, ela ratificou: domingo aqui em casa galera! E que venha a Costa do Marfim!

A flor que não foi regada III ou “Oh, céus, que esse seja o último post sobre calamitoso tópico”

Tentarei ser breve. Após minha segunda tentativa desastrosa de fazer sexo, resolvi surtar. Voltava eu de um evento, em um carro cheio de gente - e cheia de cachaça no cérebro -, quando me subiu uma vontade absurda de dar. Aquela típica queimação que dá coisinhas em nossa periquita.

Olhei para o lado e eis que observo um amigo (tinha que ser) que eu nunca imaginei sequer dar uns beijinhos (só para variar). Ao que eu berrei: “para o carro que eu vou transar agora!!!”. “É hoje”, pensei, “é hoje”. Não que eu tivesse qualquer interesse enrustido no dito cujo, não, não. Mas ele é fechamento e eu estava querendo muito. Afinal, os episódios anteriores já relatados aqui aguçaram minha vontade ao extremo.

Minha amiga – a mesma pobre coitada que me levou para a casa do cacete dias antes, na esperança de que eu desse uma virada de olhinhos – parou o carro no condomínio fechado de um dos meninos presentes no veículo automotor. Até então, ninguém estava crendo nessa minha crise-resultante-da-situação-abstêmica, nem mesmo o pobre coitado que escolhi para satisfazer meus mais vis prazeres.

Ao que fui obrigada a expulsar todos do carro e pedir caridosamente uma camisinha para alguém. Sim, sim, coisa de amadora não andar prevenida. Mas é que eu nunca tinha passado por situação parecida... Tá bom, não tem justificativa. Que seja.

Enfim, encurtando o relato. O engraçado até que tava querendo já tinha um tempo, eu sei. Mas ele ficou tão desesperado com a situação completamente do nada, no meio da madrugada, que começou a implorar que alguém o tirasse dali, dizendo que “não queria”.

Pois muito bem... E sabe o porquê de ele não querer??? Porque ele já estava prevendo o que ia acontecer. É isso mesmo. Ele brochou. BROCHA, BROCHA, BROCHAAAAA. Não tenho palavras para exprimir o banho de água fria jogado em meu tesão naquele momento. Claro que na hora eu caí na gargalhada. Imagina que situação engraçada? De fato, não posso negar que foi hilário.

Quando eu saí do carro dizendo que o bonitinho não levantava por nada, um amigo nosso não acreditou. Achou um absurdo. Na verdade, ninguém acredita até agora, e o pobre coitado virou chacota das mais bizarras piadas de pau mole, em plena a maior rede social do Brasil: o Orkut. Para minha felicidade, minha identidade foi preservada.

O pior, é que em um momento de desespero, telefonei para o meu P.A., no meio da madrugada. Que fosse o arroz com feijão de sempre mesmo, do jeito que eu estava é que não podia ficar. Mas para “melhorar” minha situação, o idiota não viu minha chamada, estava dormindo. Ligou no dia seguinte perguntando o que tinha acontecido, ao que eu respondi, muito da puta da vida: “agora não precisa mais”. Afinal, eu já estava na merda mesmo.

No final das contas, o que me restou no dia seguinte foi ir à academia gastar a energias que foram reprimidas na noite anterior. Ah... e como eu malhei.

Milonga

Estavam em um país latino-americano de fala hispânica, o casal devasso que se acarinhava em qualquer lugar onde a penumbra alcançava. Viajaram para comemorar o dinheiro no bolso e para contrabandear uns vinhos da Patagônia. Ficariam por um fim de semana - e, pensavam, uma denúncia do raio-x do aeroporto seria o maior infortúnio que poderiam passar. Ledo engano.
Logo no sábado, decidiram brindar a vida juntos. Saíram para comer em um dos únicos restaurantes recomendados pelo guia Michellin. Saíram 30% mais felizes, 40% mais pesados e 50% mais pobres. Não importava.
De volta ao hotel, eis que a vida os surpreende. Ele se ajoelha, sorridente e com as bochechas rosadas pelo vinho de Mendoza envelhecido por 12 meses em barris de carvalho, com tanines que lembram frutas vermelhas, um final delicioso na boca. Tira do bolso uma caixinha vermelha com um lacinho, e desata a descrever o quanto sua vida havia mudado depois de se enroscarem pela primeira vez. Ela estava emocionada, e sorria como uma criança que tem o Natal antecipado e a lista de presentes atendida.
Trocam alianças nas mãos direitas - se casarão em um ano. Feliz e bêbada, ela abre a calça jeans que esconde sua maior fonte de prazer. Faz carinho nele, carinhos com as mãos, com a boca, com a língua. Ele puxa seus cabelos, num incentivo desnecessário àquela altura.
Eis que, do nada, como em um filme nonsense em que a protagonista é pega de surpresa, ele começa a desmoronar. Pensou que ele desmaiava, mas não. Tinha os olhos abertos, e se desmanchava em direção ao chão de maneira rápida, com cara de paisagem. Sem a parte de cima da vestimenta, ela tenta se cobrir e continua sem entender o que acontece. Ele deita no chão e sussurra um "corre, corre".
Sem entender, ela olha pra trás. Sem as cortinas protegendo sua intimidade, se depara com um casal de turistas no quarto em frente, separado por menos de 10 metros. Eles tinham uma câmera na mão. Ela se desmoronou em direção ao chão. No you tube, um novo sucesso: "La boquetera del 903".

16 de jun. de 2010

Um pouco de poesia nojenta

saia do tédio     
peteleco na meleca
pra voar com ela
pra aliviar espera
que nos dedos
se esfarela…
aroma
bigode e pentelho
a dupla tem
cheiro de queijo
descarga não!
encontrou a bosta
de quem gosta
mas por amor
não deu as costas




13 de jun. de 2010

Vingancinha ou A flor que não foi regada II


Pois muito bem. No mesmo dia em que narrei aqui minha tentativa fracassada de levar uma botada de um querido amigo meu - que diga-se de passagem, nunca deve ter imaginado meus inescrupulosos desejos para aquela noite - , me ocorreu um fato peculiar.

Como vocês devem imaginar, eu já estava com muita vontade de fazer um amorzinho; qualquer encostadinha em mim seria mais do que o suficiente para me causar infinitos surtos de prazer.

Enfim, não contente com essa deplorável situação, inventei de passar a noite na casa de uma amiga. Ao que, considerando a falta de espaço existente no recinto, eu deveria compartilhar um dos cômodos com outras quatro pessoas. Considerando que eu dormiria na cama, e que a dita cama era de casal, nada mais justo do que dividir o singelo dormidor.

E justo quem se deitou ao meu lado? Um amigo que já andou vindo aqui, assim, como quem não quer nada. Porém, considerando que essas atividades vis se passaram nos anais dos tempos, eu jamais imaginaria que ocorreria qualquer coisa naquela noite, ainda mais em um quarto cheio de gente. Até porque, ele tem namorada. Não pegaria muito bem se a pobre coitada soubesse de tamanha peripécia.

Mas eis que, bêbados, no calar da madrugada, embaixo dos lençóis - e eu no meu total estado de galudisse –, começamos aquele esfrega-esfrega que todos já conhecem. “Sensacional”, pensei cá com meus botões. “Não consegui dar ontem, mas hoje vai rolar”.

Não podíamos fazer barulho algum, muito menos movimentos pélvicos exagerados. Não seria benéfico para nenhuma das partes se levantássemos suspeitas sobre a sacanagenzinha que estava rolando ali. Pois não contente com todas essas dificuldades, o engraçado me fez o favor de dá-lhe uma bela de uma jatada de leite em minha mão, ainda durante as preliminares. Filho da puta.

Ódio? Desespero? Vontade de dar com a cabeça na parede? Quase chorei de tanta raiva, ao constatar que, mais uma vez, pelo segundo dia consecutivo, eu não iria transar. Como eu sofro. Fui obrigada a levantar da cama e ficar vagando pela casa feito uma alma penada, para refrescar e esvaziar a cabeça. Afinal, a cabeça do indigente que estava ao meu lado estava mais do que relaxada.

Meu tesão pelas duas tentativas falidas era tão grande, que eu simplesmente perdi a vontade de transar. Ao que, vingativa, decidi que outra pessoa teria que passar pelo mesmo desespero que eu. Afinal, alguém, de uma maneira ou de outra, ia ter que se fuder comigo. Literalmente falando.

Não tardou muito tempo. No final de semana seguinte, meu amigo P.A., que assina seus comentários nesse blog como Sr. Blindex – em um post futuro explicarei o porquê dele se auto-alcunhar por tal vocativo –, me apareceu no bar em que eu estava, cheio de vontade de transar.

Galinhudo do jeito que ele é, devia no mínimo estar desesperado, porque naquele dia nenhuma das comidinhas que ele tem estava disponível. Assim como ele quebra meu galho, nada mais justo do que eu quebrar o dele de vez em quando. Porém, por pura maldade, soltei um redondo “não, amigo, não vou te dar hoje”.

Eis que ele não levou muita fé em minha negativa, e continuou no bar, na esperança de conseguir me comer no final da noite. Coitado dele. Quanto mais desesperado ele ficava, e pedia, e implorava, mais eu ria da cara dele. Sim, sou muito má.

Eu ficaria muito feliz em finalmente fazer um sexo gostoso, ainda mais porque meu querido P.A. me prometeu uma transada com muito amor e carinho naquela noite. Mas achei que deixar o engraçado com muita vontade seria muito mais divertido. Logo, ele foi para casa, às 4hs da manhã, chupando o dedo. Aliás, o dedo foi o máximo que ele deve ter chupado naquela noite. Ah-há. Ah-há.

Por fim, ainda não dei. Sofro. Mas fico feliz por saber que alguém sofreu junto.

Rodrigo




Era um pecado entrar nos bares
Percorre esquinas escuras
Banheiro, galerias e vias

Era e sempre foi pecado
mesmo sóbrio não conter
o ávido enorme apetite

Só de pensar na boca no pau
ereto, enrijecido e alargador 
perdia o tino e o prumo

A legítima alma necessita
de sacanagem explícita
ainda  que se culpe
por prazeres saciados


Gozando a dor de ser                                                                       (só)

12 de jun. de 2010

De cair os cabelos


Antes de tudo, agradeço minha amiga e confidente Pina pelo convite para compartilhar esse texto com as amigas deste blog tão singular. Ao longo de algumas semanas, estive acompanhando esses textos interessantíssimos que são publicados aqui. Confesso que tenho uma queda pelos porn-comedy de Pina, o que me despertou vontade de publicar uma história ímpar vivida por mim.

Assumo que sou um cara do tipo Zé Mayer, daqueles que só acham uma coisa melhor do que mulher; uma mulher diferente. E nessas minhas andanças pelos caminhos da esbórnia, me encantei por uma menina numa festa. Uma loirinha linda, cabelos no meio das costas, vestidinho colado delineando um corpinho gostoso, pernas lisinhas e pés cuidadinhos em uma sandália de “fashion week”.

Hesitei alguns momentos antes de abordar a gata, talvez por achar que eu não estava a altura de consumir aquele banquete. Porém, usando das técnicas do “Manual do Cafajeste ”(talvez assunto para um novo post), fiz amizade com a amiga dela e me aproximei do alvo com boas indicações.

Não demorou muito para que nos rendêssemos aos prazeres de um beijo acalorado na pista de dança, e estimulados pelo teor alcoólico de nossos corpos, poucas horas depois partíamos para o “cafofo do prazer” (apelido carinhoso de minha residência). Parto sempre do princípio de que quando a mulher aceita ir para a casa de um homem que mora só, no final da noitada, ela está com tanta vontade de transar quanto o sujeito que a fez o malicioso convite para a visita. Entramos em casa e logo apimentamos as carícias que iniciaram na pista de dança.

Minutos depois do rala esquentar, recebi a ligação de um amigo (devo contar que é o P.A de Pina??) que estava chegando em minha casa acompanhado da menina amiga, que me auxiliou na conquista da noite. Por senso comum, nós quatro compartilhamos da mesma cama. A companhia de meu amigo relutou um pouco e disse que não daria pra dois caras juntos, mas não impediu algumas investidas manuais no meio da bagunça.

Eu penetrava a gata por cima, com cara de tesão, mãos apoiadas na cama para garantir perfeito equilíbrio nas profundas estocadas. Uma de minhas mãos apoiou em cima do lindo cabelo loiro da beldade, e quando ela se mexeu veio a surpresa... um “tufo” daquela brilhosa crina desprendeu-se do restante das madeixas.

Surpreso, mas não abalado, continuei meus trabalhos. Ah, só por observação: antes de começar os trabalhos tive que agir tal um saca rolhas tirando um estufado O.b da cavidade vaginal da então gata. Sina minha essa coisa de molho à tarantela... (mais um caso para um futuro post).

Mudamos de posição, ela jogou o tufo para o lado da cama. O casal ao nosso lado metia ardentemente e eu me distraia também dedilhando a menininha do meu amigo que, mesmo contrariada, preocupava-se mais em gemer enquanto eu observava o momento Coiffeur da minha gata.

Posições mudadas, de quatro, animal, selvagem, ardente e... puff, cai outro tufo. As longas madeixas agora estavam reduzidas a um singelo cabelinho no ombro. Tudo tolerável, até que meu nobre amigo escutou a menina dizer: “caiu mais cabelo aqui...”, e olhando para o lado, viu aquele texugo sem vida.

Pra quê... saiu a primeira risada. Da primeira veio a segunda. E eu, com meu tino implacável para o humor inconsequente, me libertei e bradei: “puta que o pariu, a mulher é careca! CARECA!” Foi-se a transada por água abaixo. Fui para o banheiro (rindo é claro) e deixei meu amigo na cama com a outra lá gemendo. Não teve jeito, brochei. Acho até que fui bem resistente (obrigado, Vodka!), pois relutei bastante antes de tal fato.

Me restava fazer sala para a “pseudo-gata”, até meu amigo gozar naquela cabrita berradeira. Já eram 8h da manhã e meu sono havia chegado.Valente e ninfomaníaco que sou, não resisti aos gemidos que vinham do quarto e tive que encarar a careca na sala mesmo, afinal, era questão de honra gozar depois disso tudo. E assim foi feito. De pé, na sala.

Quando tudo finalmente acabou, fui conduzir as visitas até a porta, com aquele velho papo de “te ligo para nos vermos mais vezes” (vai esperando, careca de uma figa). Fui cumprimentar meu amigo que encarou a batalha comigo, mas, estranhamente, ele não me estendeu a mão. Antes que eu pensasse que era indelicadeza da parte dele, fui alertado disfarçadamente sobre o vermelho urucum que dominava minha mão direita por inteiro. Exatamente, pra fechar com chave de ouro, a bendita ainda me menstruou a mão direita toda.
Mulheres, confesso: homem excitado encara batalhas, supera barreiras, ganha terreno, da a cara a tapa, conta a derrota e ainda ri disso tudo. Espero que tenham gostado de compartilhar essa derrota comigo, afinal, vitórias só tem graça pro vencedor, as derrotas alegram multidões.

Beijos e abraços.

Jose Cuervo F.C

10 de jun. de 2010

Love is money!


Sou uma pessoa romântica. Na verdade, eu sou extremamente sonhadora. Quando estou num relacionamento, entro de cabeça, sem medo de acabar, de errar, de ser traída. Afinal, qual a graça de amar com medo?
Comecei com este nariz-de-cera ("embromation", para os não-jornalistas) para falar sobre o tal falado, comentado, aguardado pelas moiçolas casadoiras, esperado pelos comerciantes, Dia dos Namorados!
Oh, L'amour! O sentimento mais nobre que podemos ter. Nada como ter um dia inteirinho para adorar a sua alma gêmea - mesmo que seja alguém que você arrumou nas últimas 24 horas só para não passar o dia 12 sozinha... O importante é comemorar este dia, 12 de Junho, dia em que... Data em que...Por que mesmo a gente comemora o Dia dos Namorados nesse dia?
Simples: porque a falecida loja Clipper - se você não nunca ouviu falar, pergunte à sua mãe - encomendou uma campanha publicitária, nos idos anos de 1949, com o objetivo de alavancar as vendas de junho, mês caidasso para os lojistas.
O malandrinho do João Dória (não, não é o pai do cara de "O aprendiz") criou a campanha, com o slogan: "Não é só de beijos que se prova o amor". O povo comprou a ideia e os comerciantes adotaram o dia, que passou a valer no ano seguinte. Graças a este filho da putinha (no bom sentido gente! se é que é possível), hoje muita gente acha que a melhor forma de demonstrar o amor é comprar um presente mega caro, jantar no mais badalado restaurante, fuder no motel mais comentado da cidade...
E nos outros dias? Toma-lhe desrespeito pelo outro, indiferença, incompreensão... Afinal, o Dória já fez o trabalho pela gente.
Quando sua namorada chiar porque recebeu um belo balão na sexta-feira, ou porque você chegou em casa com bafo de cachaça e marcas de arranhões, desconverse e faça ela lembrar - sempre "delicadamente" - do lindo brinco que a ingrata recebeu de presente no dia 12. O namorado começou com crise de ciúmes daquele seu "colega" mais chegado? Joga na cara o par de tênis que você comprou, ou então relembre como você se esforçou para dar o presente que ele mais queria, no motel...
E viva o Capitalismo! #prontofalei