Encontrei um blog interessante em um de meus passeios pelo cyber espaço. Uma menina, com um bom texto, se descreve como “uma dona de casa atrevida”, e faz questão de dizer “meu sonho mesmo é ser dona de casa”. Corajosa. Por incrível que pareça, vivemos em uma cultura em que a mulher pode se autodenominar puta, bem resolvida, independente, cachaceira, o inferno que for. Mas, apesar de as mulheres que são apenas “donas de casa” corresponderem a uma boa parcela da sociedade, elas não costumam ter voz. Acredito que tenham vergonha de se expressar como tal, até porque muita gente iria virar o nariz.
Afinal de contas, criticar uma Tati Quebra Barraco que fala “sou feia, mas tô na moda, tô podendo pagar hotel pros homens, isso é que é mais importante” não é nada demais. Ela pode argumentar dizendo que é uma pioneira mal compreendida em um meio machista e retrógrado. Mas quem é que vai defender uma mulher que não tem a mínima vontade de chocar, intimidar, escandalizar, de ser diferente; uma mulher que quer dizer apenas o que é, sem nenhuma pretensão? Escrever nesse blog que adoramos fuder, que temos a mente aberta, que somos muito bem resolvidas... moleza. Somos mesmo. Mas não sei como seria se alguém relatasse aqui o sonho de casar na igreja de branco, ter filhos e uma casa com um quintal bem grande para o cachorro brincar.
A questão não é exatamente criticar o que a mulher é ou deixa de ser. Guy Debord diz que antes do surgimento do sistema capitalista o indivíduo prezava o ser, ou seja, o juízo de valor era embasado a partir do que se era de fato. Depois, o ter passou a delimitar o espaço que cada um mereceria no meio social. O poder aquisitivo indicaria o valor de cada um. Mas com a revolução tecnológica, o surgimento das grandes mídias, parecer passou a ser o mais importante. As pessoas começam a se esconder atrás de grandes marcas, de discursos que não condizem com o que realmente são, exatamente para se mostrar.
Acho que hoje em dia a mulher que quer chamar a atenção pode ser dividida em duas categorias básicas: ou está mais preocupada em se parecer com uma boneca Barbie, ou em demonstrar que é descolada. Queremos aparentar tantas coisas, que acabamos nos esquecendo de ser nós mesmas. Seria idealismo demais, brega demais da minha parte, escrever aqui que todas deveríamos deixar os discursos de lado para encontrar a própria essência. Clichê. Sabemos que não é bem assim que funciona. Também sabemos que apesar de insistentes tentativas, é impossível estabelecer o que de fato somos. Quem se define se limita.
De minha parte, prefiro parafrasear o poeta Raul Seixas e dizer que “Prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Ah, e também como não poderia deixar de dizer, continuar admirando aqueles que simplesmente são qualquer coisa, em uma sociedade onde cada vez mais é necessário se autoafirmar.
Afinal de contas, criticar uma Tati Quebra Barraco que fala “sou feia, mas tô na moda, tô podendo pagar hotel pros homens, isso é que é mais importante” não é nada demais. Ela pode argumentar dizendo que é uma pioneira mal compreendida em um meio machista e retrógrado. Mas quem é que vai defender uma mulher que não tem a mínima vontade de chocar, intimidar, escandalizar, de ser diferente; uma mulher que quer dizer apenas o que é, sem nenhuma pretensão? Escrever nesse blog que adoramos fuder, que temos a mente aberta, que somos muito bem resolvidas... moleza. Somos mesmo. Mas não sei como seria se alguém relatasse aqui o sonho de casar na igreja de branco, ter filhos e uma casa com um quintal bem grande para o cachorro brincar.
A questão não é exatamente criticar o que a mulher é ou deixa de ser. Guy Debord diz que antes do surgimento do sistema capitalista o indivíduo prezava o ser, ou seja, o juízo de valor era embasado a partir do que se era de fato. Depois, o ter passou a delimitar o espaço que cada um mereceria no meio social. O poder aquisitivo indicaria o valor de cada um. Mas com a revolução tecnológica, o surgimento das grandes mídias, parecer passou a ser o mais importante. As pessoas começam a se esconder atrás de grandes marcas, de discursos que não condizem com o que realmente são, exatamente para se mostrar.
Acho que hoje em dia a mulher que quer chamar a atenção pode ser dividida em duas categorias básicas: ou está mais preocupada em se parecer com uma boneca Barbie, ou em demonstrar que é descolada. Queremos aparentar tantas coisas, que acabamos nos esquecendo de ser nós mesmas. Seria idealismo demais, brega demais da minha parte, escrever aqui que todas deveríamos deixar os discursos de lado para encontrar a própria essência. Clichê. Sabemos que não é bem assim que funciona. Também sabemos que apesar de insistentes tentativas, é impossível estabelecer o que de fato somos. Quem se define se limita.
De minha parte, prefiro parafrasear o poeta Raul Seixas e dizer que “Prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Ah, e também como não poderia deixar de dizer, continuar admirando aqueles que simplesmente são qualquer coisa, em uma sociedade onde cada vez mais é necessário se autoafirmar.
De fato, existe essa cobrança desmedida em relação ao comportamento feminino...
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